Migração de produtores da região Oeste preocupa APS
A migração de negócios para aproveitar oportunidades que surgem no mercado, mesmo com uma mudança radical de atividade, é algo muito comum nos dias atuais. Afinal, frequentes novos negócios ou ondas de desenvolvimento em determinados setores acabam atraindo novos investidores, que buscam melhores condições em suas atividades empresariais.
Porém, quando a migração ou alocação se dá na mesma área em que o negócio está estabelecido, é preciso que se leve em conta uma série de questões envolvidas e uma mudança de parceria, mantendo-se a mesma atividade, com pequenas vantagens, pode se tornar num viés contrário ao pretendido por quem fez a migração, ou pretende fazer.
Esse processo está se verificando no caso de alguns produtores de suínos na região Oeste do Paraná, que estão trocando uma empresa por outra, especialmente no sistema de integração, uma vez que no mercado independente é comum que o produtor se sinta atraído por uma melhor oferta na venda dos seus animais.
Essa migração na região em que se concentra o maior número de granjas de suínos no Paraná está causando certa preocupação na APS (Associação Paranaense de Suinocultores), especialmente para se evitar esse viés contrário ao pretendido pelo produtor quando ele não considera, por exemplo, seu histórico com a empresa atual e a tradição que decorre somente após um longo período de relacionamento.
Como ninguém migra por migrar, ao decidir substituir seu parceiro no sistema integrado, a APS acredita que o produtor deva ter algum motivo, como a oferta de uma melhor remuneração ou de alguma condição contratual com a nova empresa que esteja atraindo o produtor.
No entanto, na visão da entidade que representa os suinocultores no Paraná, antes de decidir pela migração, o produtor precisa fazer uma análise bem ampla de tudo o que está envolvido, "justamente porque as situações mudam, os quadros se alteram no mercado, em todos os negócios, e nem sempre é vantajoso, por pequenas vantagens, que o produtor simplesmente troque de empresa nesses períodos, deixando para trás uma história de relação com a sua integradora".
A entidade defende que o produtor seja atendido em todas as suas demandas e que tenha uma remuneração justa na atividade, mas também entende que a cadeia produtiva é composta por várias partes e que todas elas precisam acompanhar os movimentos do mercado e conciliar seus interesses, evitando-se que questões que podem ser resolvidas entre as partes, ao não serem solucionadas de acordo, provoquem uma migração que nem sempre é salutar ao produtor. Passado algum tempo ele pode se dar conta de que a troca não trouxe os resultados esperados, e como não terá um histórico ainda com o novo parceiro, a relação pode não ser tão compensatória como previa ao fazer a mudança.