Venezuela conta os mortos e Nações Unidas se posicionam
A Venezuela viveu neste domingo mais um dia sangrento por conta do conflito entre as Forças Armadas, a oposição ao ditador Nicolás Maduro e populares. A pequena cidade de Santa Elena de Uairen, bem próxima da fronteira com o Brasil, está quase inteiramente destruída. As informações sobre o número de mortos são contraditórias. O governo fala em quatro, mas há quem sustente que são mais. Feridos existem às centenas.
Por conta do conflito, iniciado há três dias, a alta comissária das Nações Unidas para os direitos humanos, ex-presidente chilena Michelle Bachelet, condenou hoje a violência deflagrada em diversos pontos das fronteiras com o Brasil e a Colômbia, além do interior da Venezuela.
"Houve disparos contra pessoas e algumas morreram, há quem recebeu feridas das quais nunca se recuperará, incluindo perda de um olho. (...) Essas são cenas deploráveis. O governo venezuelano deve obrigar os grupos de segurança a deixarem de empregar uso excessivo da força contra manifestantes desarmados e cidadãos comuns", diz a nota, lembrando que "o uso de forças paramilitares ou parapoliciais tem uma longa e sinistra história na região, e é muito alarmante vê-las operar de maneira tão clara na Venezuela".
No início da tarde deste domingo foram registrados conflitos até em Pacaraima, no território de Roraima. Imagens transmitidas pela televisão mostraram manifestantes chamando a atenção e atirando pedras em direção às forças militares venezuelanas, que reagiram atirando bombas de gás lacrimogêneo.
RECUO
Também neste domingo, o Ministério da Defesa brasileiro informou que intercedeu para que incidentes na linha de fronteira não voltem a se repetir. Uma das medidas negociadas foi a retirada dos tanques das forças militares do país vizinho que estavam posicionados em uma barreira do lado venezuelano da fronteira. O governo brasileiro também reiterou que manterá a fronteira do Brasil aberta para acolher os imigrantes em fuga.