Morte de jovem peão na Expoingá reacende a polêmica sobre rodeios
Uma tragédia marcou o último dia da Expoingá 2018, uma das maiores feiras agropecuárias do Sul do Brasil encerrada no domingo à noite. Giliard Antônio, jovem peão de 24 anos vindo da cidade mineira de Monte Belo e considerado um dos melhores do Brasil, morreu após ser pisoteado por um touro durante a fase decisiva do rodeio, uma das principais atrações da feira.
Giliard, que já tinha viagem programada para se apresentar nos Estados Unidos, montava o touro Cineasta, de 1 tonelada, quando caiu e levou um pisão que fraturou a coluna cervical. Ele chegou a se levantar, mas em seguida caiu desmaiado. Várias tentativas de reanimação foram feitas no próprio local, mas que não foram suficientes para evitar o pior.
O episódio trouxe de volta uma polêmica antiga: até onde o rodeio deve ser uma prova esportiva legal, se gera muito sacrifício aos animais e grandes riscos aos competidores? Para as entidades protetoras dos animais, trata-se de uma prática cruel e que deveria ser banida.
O caso já chegou ao Congresso Nacional, onde um projeto de lei do deputado Ricardo Tripoli que tramita desde 2011 pretende proibir não o evento em si, mas as "perseguições seguidas de laçadas e derrubadas".
Um dos argumentos dos que são contra esse tipo de competição é que ela está longe de representar a cultura brasileira no campo. Na verdade, foi importada dos EUA e virou um comércio de muitos milhões de reais em detrimento da saúde dos animais e da vida dos peões. (Foto: Arquivo)