Câmara já tem subsídios para cassar Damasceno Jr
As oitivas realizadas nesta sexta-feira (22) pela Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara de Cascavel ofereceram subsídios suficientes para encaminhar a cassação do vereador Damasceno Junior.
Elidnéia Silva reafirmou sua denúncia, dizendo que repassava parte de seu salário inicialmente por meio da quitação das parcelas de um veículo adquirido pelo vereador e posteriormente como contribuição para a campanha dele a deputado estadual.
Sandra Patene, que também foi assessora de Damasceno Junior, disse que entregava a ele mais da metade do salário, de R$ 4.363,19, e que, assim como Elidnéia, o destino do dinheiro supostamente era o partido e que não sabia que isso era crime.
O terceiro ex-assessor ouvido, Pascoal dos Santos, confirmou conhecer a irregularidade, mas que ele não devolvia qualquer parcela. Disse ainda que teria recebido um bilhete em sua casa de ontem para hoje com uma ameaça para que tomasse cuidado com seu depoimento. A comissão orientou que a testemunha procurasse a polícia para averiguar os fatos e disse que irá adicionar o BO ao processo.
A quarta testemunha a depor foi Luiz Antônio Giacomelli, que trabalha na empresa de veículos onde o Corolla do vereador foi adquirido. A comissão optou por convocá-lo para esclarecer a emissão de recibos de pagamento, apresentados no processo por Elidnéia. Luiz confirmou que os pagamentos eram feitos pela ex-assessora e que apenas dava baixa nos boletos, mas que esta operação não era feita nominalmente.
A atual assessora do vereador, Talita de Menezes, informou que devolve cerca de R$ 2.500 em espécie e que acreditava ser uma prática corriqueira para financiar as atividades políticas do vereador.
O último depoimento do próprio Damasceno Júnior. Ele alegou Elidnéia apenas repassava à concessionária o dinheiro entregue por ele, mas que ela não teria quitado os valores corretamente e por isso o carro foi apreendido. Alegou ainda estar sendo perseguido para que seu mandato seja cassado e esperar que os fatos sejam apurados com profundidade e com isenção.
Reinaldo Fantinati Matias da Silva e Daniel Eduardo da Cruz, indicadas como testemunhas de defesa do vereador, sequer compareceram às oitivas, embora tenham sido convocados formalmente. (Foto: Fábio Ulsenheimer)