Só funcionários da Vale são presos. Diretores seguem livres
A pedido do Ministério Público para "apurar responsabilidade criminal" pelo rompimento da barragem de Brumadinho, que deixou mais de 300 mortos, a Polícia Civil de Minas Gerais prendeu na manhã desta sexta-feira (15) oito funcionários da Vale.
Foram cumpridos mandados contra quatro gerentes e quatro integrantes de áreas técnicas: Joaquim Pedro de Toledo, Renzo Albieri Guimarães Carvalho, Cristina Heloíza da Silva Malheiros, Artur Bastos Ribeiro, Alexandre de Paula Campanha, Marilene Christina Oliveira Lopes de Assis Araújo, Hélio Márcio Lopes da Cerqueira e Felipe Figueiredo Rocha.
Preso em casa, em Belo Horizonte, Alexandre de Paula Campanha é o funcionário acusado pelo engenheiro Makoto Namba, que trabalha para a terceirizada TÜV SÜD, de pressioná-lo para que emitisse um certificado garantindo a estabilidade da barragem.
E A CHEFIA?
A prisão desses funcionários ocorreu um dia depois de o presidente Fábio Schvartsman (foto) comparecer à Câmara dos Deputados e desdenhar das vítimas ao dizer que a empresa "não pode ser condenada" pelo desastre causado pelo rompimento da barragem Brumadinho (MG).
"A Vale é joia brasileira que não pode ser condenada por um acidente que aconteceu numa de suas barragens por maior que tenha sido a sua tragédia", disse ele, para perplexidade de vários deputados. Vale lembrar que Schvartsman e outros altos diretores da empresa seguem livres apesar de, teoricamente, serem mais responsáveis pela tragédia do que seus subordinados. (Foto: Marcelo Camargo/AENPR)