Dois cascavelenses estão entre os deputados com processos no STF
Em um trabalho exaustivo dos repórteres Edson Sardinha e Lúcio Batista, o Congresso em Foco acaba de disponibilizar a lista completa dos deputados federais que respondem a processos que estavam mofando no STF (Supremo Tribunal Federal) até o último dia 30 de abril, data em que a Corte mudou a regra do foro privilegiado e a partir da qual passou a remeter esses casos para a primeira instância.
Dos 30 integrantes da bancada paranaense, oito figuram na lista, e desses, dois são de Cascavel. Um é Alfredo Kaefer (foto), que, com oito inquéritos e uma ação penal, é o quarto dentre os 513 deputados federais brasileiros com maior número de processos. À frente dele só estão o paraense Roberto Goes, com dez ações penais e oito inquéritos; o sul-mato-grossense Zeca do PT, com nove inquéritos e duas ações penais, e o pernambucano Zeca Cavalcanti, com 11 inquéritos. O outro cascavelense que figura na lista é Nelson Padovani, com um inquérito por crime eleitoral - Só Evandro Roman e Hermes Parcianello não figuram na lista.
Segundo o levantamento, Kaefer responde a dois inquéritos por crimes contra o patrimônio, um por crimes contra a ordem tributária, um por crimes falimentares, um por estelionato, um por corrupção, um por formação de quadrilha ou bando, apropriação indébita da Previdência e estelionato e um por lavagem de dinheiro, além de uma ação penal por crimes contra o sistema financeiro nacional e formação de quadrilha ou bando.
OUTROS PARANAENSES
O deputado paranaense com o segundo maior número de processos no Supremo é Valdir Rossoni, que responde a cinco inquéritos: um por crime contra meio ambiente e patrimônio genético, um por lavagem de dinheiro, um por prevaricação e dois por crimes contra a lei de licitações e peculato.
Depois vem Nelson Meurer, com uma ação penal por lavagem de dinheiro e corrupção, um inquérito por tráfico de influência, crimes militares e contra a lei de licitações, corrupção e formação de quadrilha ou bando e outro inquérito por lavagem de dinheiro, corrupção e formação de quadrilha ou bando.
Os demais são: Idekazu Takaiama, com uma ação penal por peculato, estelionato e crimes contra a ordem tributária e outro apenas por peculato; Luiz Nishimori, com um inquérito por estelionato e formação de quadrilha ou bando e outro só por formação de quadrilha ou bando; Ricardo Barros, com um inquérito por corrupção, peculato e crime contra a lei de licitações; Zeca Dirceu, com uma investigação penal por crime eleitoral; Osmar Bertoldi, com uma ação penal por lesão corporal, ameaça, sequestro, cárcere privado e contra a dignidade sexual, e Dilceu Sperafico, com um inquérito por tráfico de influência.
POR PARTIDO
As bancadas dos grandes partidos estão repletas de réus implicados nos inquéritos e nas ações penais que estavam no Supremo. Lá se encontram
, por exemplo, 29 dos 60 deputados do PT, 24 dos 49 do PP, 21 dos 49 do PSDB e 10 dos 50 do MDB. Já Psol, Rede, PV, PPL, PRP e PRTB são os únicos partidos com assento na Câmara Federal sem representantes na lista, onde figuram nada menos que 178 dos 513 deputados. (Foto: Arquivo Câmara)