Juíza condena Lula a mais 12 anos e 11 meses de prisão
Substituta temporária de Sérgio Moro na Lava Jato, a juíza Gabriela Hardt condenou Luiz Inácio Lula da Silva a mais 12 anos e 11 meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro por entender que a reforma do sítio de Atibaia (SP) foi mesmo bancada com dinheiro de propina.
Na mesma sentença, Gabriela Hardt decretou a interdição de Lula para o exercício de cargo ou função pública pelo período equivalente ao dobro da pena estabelecida, medida que atinge também os outros condenados por lavagem de dinheiro na mesma ação: Léo Pinheiro, José Carlos Bumlai, Emílio Odebrecht, Alexandrino Alencar, Carlos Paschoal, Emyr Dinis, Roberto Teixeira, Fernando Bittar e Paulo Gordilho.
Apesar de ter direito a recurso, o ex-presidente viu sua situação se complicar sobremaneira com essa nova condenação, uma vez que já cumpre desde 7 de abril do ano passado, na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, pena de 12 anos e 1 mês de prisão no caso do triplex do Guarujá.
O CASO
A Lava Jato afirma que o sítio de Atibaia passou por três reformas: uma sob o comando do pecuarista José Carlos Bumlai, no valor de R$ 150 mil, outra da Odebrecht, de R$ 700 mil e uma terceira reforma na cozinha, pela OAS, de R$ 170 mil, em um total de R$ 1,02 milhão
Em interrogatório, Bumlai declarou não ter bancado "nem um real" nas obras do sítio, que está em nome do empresário Fernando Bittar, filho de Jacó Bittar, amigo de longa data de Lula.
O sítio é pivô da terceira ação penal da Lava Jato, no Paraná, contra o ex-presidente - além de sua segunda condenação. O petista é acusado ainda por corrupção e lavagem de dinheiro por supostas propinas da Odebrecht nos casos do terreno que abrigaria o Instituto Lula e de um apartamento vizinho ao que morava em São Bernardo do Campo. Esse processo já teve a entrega de alegações finais e aguarda sentença. (Foto: Arquivo)