Ventos da mudança chegam ao Senado e derrubam Renan
A onda mudancista que causou uma espécie de tsunami nas eleições de outubro passado chegou ao Senado neste sábado (2), na eleição da nova mesa diretora. Favorecido pela desistência do paranaense Alvaro Dias e de outros dois candidatos, o jovem senador amapaense Davi Alcolumbre, que ainda está em seu primeiro mandato, derrotou o agora ex-todo poderoso Renan Calheiros e se tornou o mais novo presidente do Senado e do Congresso Nacional.
Interrompida na noite de ontem, a sessão foi retomada no fim da manhã de hoje, se estendeu por oito horas e não chegou a bom termo na primeira votação porque foram encontradas 82 cédulas rubricadas para 81 senadores, e duas delas sem os respectivos envelopes. Uma grande confusão se estabeleceu e José Maranhão, indicado para presidir a sessão por ser o mais velho da Casa, rasgou várias cédulas e as colocou no bolso.
Uma nova votação foi então iniciada em meio a debates nada republicanos, mas antes que chegasse ao fim Renan pediu a palavra e, na iminência de sofrer uma derrota avassaladora depois de vários senadores abrirem seus votos, retirou a sua candidatura e abandonou o plenário junto com outros três senadores. A eleição continuou e Davi Alcolumbre obteve 42 votos, três a mais que o mínimo necessário para vencer no primeiro turno. Esperidião Amin ficou em segundo (13 votos), seguido de Angelo Coronel (8 votos), José Raguffe (6 votos) , Renan Calheiros (5 votos) e Fernando Collor (3 votos).