Escândalo causa demissão de Deonilson Roldo da direção da Copel
Já era noite desta sexta-feira quando a governadora Cida Borghetti oficializou a demissão do jornalista Deonilson Roldo do cargo de diretor de Gestão Empresarial da Copel. A decisão foi tomada ao final de um dia de grande repercussão da reportagem exclusiva da revista IstoÉ, que revelou áudios de Deonilson em conversa comprometedora com Pedro Rache, executivo da empreiteira Contern.
O afastamento foi tornado público com uma curta nota oficial divulgada no site do governo pouco depois das 19h e dizendo que "a ele é assegurado o direito a ampla defesa junto às esferas administrativas da empresa". Horas antes o Senge-PR (Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná) havia pedido, também por meio de nota, o afastamento de Roldo do cargo ao qual ele havia sido nomeado no mês passado.
A reportagem da IstoÉ aponta para participação de Roldo em suposto esquema de corrupção envolvendo o Governo do Paraná, a Odebrecht, outras empreiteiras e a própria Copel. Na véspera de Carnaval de 2014, Pedro Rache, se reuniu com o jornalista, que à época era chefe de Gabinete do então governador Beto Richa, e, aparentemente, o convenceu a desistir da concorrência para duplicação da BR-323 - que nem chegou a sair do papel - e posterior exploração do pedágio por meio de uma PPP (Parceria Público-Privada).
Em troca da desistência, a Bertin ganharia outro negócio junto à Copel, no valor de R$ 500 milhões, envolvendo o complexo de termelétricas de Aratu, na Bahia. (Foto: AENPR)