Pasadena é vendida por menos da metade do valor de compra
Falta só o aval dos órgãos competentes para que o Brasil deixe para trás um dos casos mais clássicos de corrupção da era PT, mas não sem herdar um prejuízo superior a meio bilhão de dólares. A subsidiária Petrobras America Inc. assinou ontem com a Chevron U.S.A. Inc. o contrato de venda da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.
A transação foi fechada por US$ 562 milhões, sendo US$ 350 milhões pelas ações e US$ 212 milhões pelo capital de giro (data-base de outubro/2018). O valor final da operação está sujeito a ajustes de capital de giro até a data de fechamento do negócio.
Esse montante é menos da metade do valor de compra da unidade, feita em 2006, quando Dilma Rousseff chefiava o Conselho de Administração da Petrobras. À época, o Brasil pagou US$ 360 milhões por 50% da refinaria (US$ 190 milhões pelos papéis e US$ 170 milhões pelo petróleo que estava em Pasadena), valor muito superior ao pago um ano antes pela belga Astra Oil pela refinaria inteira: US$ 42,5 milhões.
Em 2008, a Petrobras e a Astra Oil se desentenderam e uma decisão judicial obrigou a estatal brasileira a comprar a parte que pertencia à empresa belga. Assim, a aquisição da refinaria de Pasadena acabou custando US$ 1,18 bilhão à petroleira nacional, mais de 27 vezes o que a Astra teve de desembolsar. Mas como nada que esteja ruim não possa piorar, posteriormente descobriu-se um pagamento extra de US$ 85 milhões, que elevou o valor total para quase US$ 1,3 bilhão.
Dilma afirmou, após a abertura de investigações no TCU (Tribunal de Contas da União), Polícia Federal e Ministério Público, que só aprovou a compra dos primeiros 50% porque o relatório apresentado ao conselho pela empresa era "falho" e omitia duas cláusulas que acabaram gerando mais gastos à estatal. Mas o tempo se passou, a ex-presidente segue livre, leve e solta e o prejuízo agora será compartilhado por todos os brasileiros. (Foto: Síntese News)