Marcas encontradas no Oeste podem ter até cinco mil anos
Arqueólogos brasileiros e portugueses ligados à empresa de licenciamento arqueológico Espaço Arqueologia e ao Instituto Terra e Memória de Portugal concluíram na última sexta-feira (25) o levantamento em uma pequena área no interior de Capitão Leônidas Marques, no Oeste do Paraná, onde foram localizadas cerca de 150 gravuras em duas rochas que ficam no topo de um morro.
Iniciado ainda em 2014 com o mapeamento do local, mas suspenso logo em seguida e retomado em março do ano passado, o trabalho resultou na coleta de dados e imagens que serão analisados agora em laboratório para confirmar ou não a suspeita de que essas gravuras podem ter sido feitas há nada menos que cinco mil anos.
O local, com apenas cerca de 500 metros quadrados, é um dos 56 sítios arqueológicos já identificados na divisa do Oeste com o Sudoeste do Estado e que vêm sendo pesquisados há anos. Essas gravuras, no entanto, só foram localizadas em Capitão, onde também foram encontrados objetos como pedras lascadas, pedras polidas e utensílios feitos de cerâmica.
Sem esconder a euforia com a descoberta, o arqueólogo Jedson Francisco Cerezer disse que os achados indicam que ao menos dois grupos viveram na área, um deles há mil e outro há cinco mil anos. "Temos um contexto que vai de grupos mais antigos, de caçadores-coletores, a grupos mais recentes, com economia de produção de manejo de espécies vegetais e de cerâmica. O último deles seria de índios guaranis e jês e o primeiro da época da pedra lascada", explicou ele em entrevista ao G1 Paraná.
São marcas que não se assemelham às já registradas em outras partes do planeta e que, segundo ele, podem ter sido feitas ainda na era pré-história por tribos indígenas que habitavam a região. (Foto: Raquel Schwengber/Espaço Arqueologia)