Dinheiro "sujo" deve bancar construção de Delegacia da PF
Com o Tesouro fechando sistematicamente no vermelho e a segurança pública posicionada no rodapé da lista de prioridades do governo federal, a solução para a construção da sede própria da Delegacia da Polícia Federal em Cascavel é buscar outras fontes de recurso. E, por paradoxal que possa parecer, o dinheiro para esse vim deverá vir justamente das apreensões em espécie feitas pela própria PF no combate aos crimes contra o erário, em especial a Lava Jato.
"Estou otimista e penso que as obras possam ser iniciadas ainda neste ano. Se dependermos do orçamento do governo federal, a construção da futura sede poderá demorar muitos anos", declara o delegado-chefe Marco Smith, que foi até à Acic se manifestar sobre o assunto.
A Delegacia de Cascavel atende a 66 dos 399 municípios paranaenses e precisa não só de uma estrutura física mais adequada, mas também de mais policiais e equipamentos para dar conta de toda demanda. A área para construção da sede própria já foi disponibilizada pelo Município e o projeto está pronto e aprovado, mas a construção dos sete mil metros quadrados previstos ainda não começou por falta de orçamento.
ATUAÇÃO
Segundo Smith, a PF centraliza seu trabalho em ações de combate ao crime, integração ao Sistema Brasileiro de Inteligência, emissão de portes de arma e cadastramento de interessados na obtenção de passaportes, além de segurança privada e autorização de aquisição e manuseio de produtos químicos - acima de um litro de ácido, por exemplo, já é necessária a liberação pela PF.
Um dos pontos mais sensíveis da Delegacia em Cascavel é a questão dos passaportes, mas esse é um problema que estará solucionado em breve. Em função do baixo efetivo, são emitidos atualmente 40 passaportes por dia e, mesmo assim, não há data de agendamento - em Foz, são 42 por dia.
A emissão do passaporte é feita pela Casa da Moeda, e à Polícia Federal cabe apenas a coleta e o repasse das informações.
O delegado explica também sobre a importância estratégica de Cascavel no monitoramento da fronteira. "Foz já não tem o mesmo peso em contrabando que tinha há dez anos. Por isso, Cascavel passou a ser mais importante, já que permite melhor controle de rodovias e não está longe o bastante da fronteira para que as operações não sejam contaminadas", destaca. (Crédito: Assessoria Acic)