Uma intervenção democrática
Historicamente, aqui e alhures, intervenção militar remete automaticamente a regime de exceção. Não são poucos os países (a começar pelo Brasil) onde os militares tomaram o poder a força com a missão de colocar a casa em ordem - em alguns deu certo, em outros não. Mas, como toda regra tem lá sua exceção, os brasileiros estão presenciando neste momento uma espécie de intervenção democrática, com um número muito expressivo de militares sendo colocados em funções estratégicas de um governo legitimamente eleito pelo povo. Tudo começa pelo topo da hierarquia, pois o presidente Jair Bolsonaro é capitão do Exército e seu vice, Hamilton Mourão, é general de divisão. Mas tem muito mais: sete dos 22 ministérios são comandados por egressos da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica. Além do ministro, a pasta da Infraestrutura tem outros três militares, incluindo o chefe do Dnit. E nesta semana mais dois egressos das Forças Armadas foram convocados para ocupar postos estratégicos, o mais recente deles o general Joaquim Silva e Luna para a direção-geral da Itaipu Binacional. Como se vê, o novo governo está repleto de integrantes cujo fardamento mais parece uma constelação. Tomara suas estrelas brilhem a ponto de todos cumprirem o que deles se espera para que o País possa ser reconduzido ao bom caminho.
Crise onde?
A crise que afeta as contas públicas brasileiras não chegou aos partidos políticos. Prova disso é que, somadas, as 35 agremiações partidárias receberam em 2018 mais de R$ 880 milhões só com o Fundo Partidário. Um terço disso foi para PT (R$ 103 milhões), PSDB (R$ 85 milhões) e MDB (R$ 83 milhões). Já o PSL de Jair Bolsonaro faturou só R$ 8 milhões. A conta, no entanto, é muito maior, pois a esse montante deve ser somado mais R$ 1,7 bilhão do Fundo Eleitoral.
Modelo dos EUA
As mudanças que começaram a ser feitas no Paraná com a posse do novo governo chegarão ao sistema prisional, onde Ratinho Júnior pretende implantar o modelo que deu certo nos EUA. "Cinquenta por cento dos presídios americanos já são geridos por empresas privadas. Sem tirar a tutela do Estado de ser responsável pelo preso, mas a gestão em si é necessário passar para a iniciativa privada", disse hoje o governador, acrescentando que o custo por preso no Brasil está em US$ 1,2 mil mensais, consideravelmente bem acima da média mundial, que é de US$ 1 mil.
Gastança
Antes da privatização, Ratinho pretende reduzir em R$ 100 milhões o valor do contrato para fornecimento de marmitas aos presos do Paraná. "A mesma empresa, o mesmo contrato, só renegociando, e com a mesma qualidade. Então, a gente vê que o dinheiro era mal gasto. Faltava gestão e pulso firme", explicou o governador em entrevista à Globonews.
Nada a festejar
Ainda na área da segurança, o Paraná foi o único Estado do Sul do Brasil a apresentar redução no número de mortes violentas em 2017, conforme números do Ministério da Saúde divulgados hoje. Apesar de positivo, esse dado não é digno de comemoração, pois um paranaense foi assassinado a cada 3 horas e 10 minutos naquele ano, quando foram registrados 2.752 homicídios no Estado.
Indicação política
Foi uma sugestão do Coronel Lee, deputado estadual eleito em outubro passado, o nome de Wagner Seit Yonegura, que passa a responder a partir de hoje pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Cascavel. Yonegura é formado em Administração de Empresas, mas tem conhecimento do que fará a partir de agora porque presidiu por 18 anos o Instituto para Desenvolvimento Ambiental e Tecnológico, uma oscip com reconhecida atuação na área ambiental.
Rigon confirma
O empresário e publicitário Léo Rigon confirmou hoje que irá mesmo ocupar a Secretaria de Comunicação da gestão Leonaldo Paranhos, que está vaga desde a saída do jornalista Ivan Zuchi. "É certo que eu vou, mas não sei quando", disse ele, ressaltando que ainda não ultimou os detalhes com o prefeito.
* Pílulas
* Aos poucos vão ficando claras as razões pelas quais Ratinho Junior escolheu o coronel Luiz Felipe Kraemer Carbonell para comandar a Secretaria da Segurança. * Só um homem sem os vícios comuns às duas corporações policiais estaduais poderia capitanear uma reforma capaz de revolucionar o setor. * Nélson Rodrigues já dizia que "toda unanimidade é burra", por isso Léo Rigon também haverá de ter lá seus inimigos. * Mas uma coisa é certa: sua ida para a Prefeitura será de enorme utilidade para a administração Leonaldo Paranhos, pois poucos sabem se relacionar como ele com a comunidade. * Jean Wyllys está exibindo com incontida alegria uma carta manuscrita de Lula e endereçada a ele com pedido para que a oposição no Congresso enfrente o novo governo com todas as suas forças. * É apenas mais uma prova de que a esquerda está preocupada em destruir Jair Bolsonaro e não em construir um Brasil novo e melhor.