Battisti pode voltar ao Brasil antes de ser levado à Itália
O italiano Cesare Battisti deverá fazer escala no Brasil antes de ser extraditado para a Itália. A decisão foi anunciada neste domingo pelo ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, após reunião no Palácio da Alvorada, com o presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sergio Moro, e o chanceler Ernesto Araújo. No entanto, não há certeza disso, pois o governo da Itália quer que ele seja levado diretamente para aquele país. Foragido desde dezembro, Battisti foi capturado no fim da tarde de ontem em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia.
Heleno disse que Battisti será trazido para o Brasil num avião da Polícia Federal e trocará de aeronave antes de seguir para a Itália. Segundo ele, o avião que buscará o italiano na Bolívia não tem capacidade para voar direto até a Europa, tornando necessária a escala. Conforme o governo brasileiro, a decisão de trazer Battisti para o Brasil foi tomada conjuntamente com o governo italiano, levando em consideração questões de segurança.
PRISÃO PERPÉTUA
Condenado à prisão perpétua na Itália, Battisti foi sentenciado pelo assassinato de quatro pessoas na década de 1970, quando integrava o grupo Proletários Armados pelo Comunismo, braço das Brigadas Vermelhas. Ele se diz inocente, mas as autoridades brasileiras o consideram terrorista.
No Brasil desde 2004, o italiano foi preso três anos depois. O governo da Itália pediu sua extradição, que foi aceita pelo STF (Supremo Tribunal Federal). No entanto, no último dia de seu mandato, em dezembro de 2010, Lula decidiu por sua própria conta e risco que Battisti deveria ficar no Brasil, e o ato foi confirmado pela Suprema Corte.
Nos últimos dias do governo Michel Temer, o STF decidiu pela extradição. A medida era defendida ainda em campanha pelo presidente Jair Bolsonaro. (Foto: EBC)