O mítico gabinete de Jair Bolsonaro
J. J. Duran
O gabinte montado pelo presidente Jair Messias Bolsonaro se caracteriza, para os analisas do quadrante político, por ser de tendência liberal no campo econômico, moralmente conservador e com ampla presença de militares. E foi montado para realizar a reconstrução das instituições senhoras da República.
Há sete ministros militares com biografias profissionais ricas, oito ministros com indiscutível perfil técnico e apenas sete políticos. Em uma leitura desapaixonada desse seleto grupo de cidadãos, é possível decifrar que existem três grupos com diferentes e límpicos objetivos.
O grupo nacionalista é de perfil ideológico nitidamente anti-globalização e se coaduna com o alinhamento exposto até o momento pelo populista Donald Trump.
O grupo dos liberais está concentrado no entorno do super Ministério da Economia, que vai traçar as linhas fundamentais pelas quais deverá transitar toda a economia verde-amarela nos próximos quatro anos.
O terceiro grupo está composto pelos militares de alta patente, todos com com extensa folha de serviços prestados às Forças Armadas em distintas missões de altíssimo valor internacional.
Na minha ótica jornalística, esses três grupos têm em comum o desejo de levar a efeito uma política que resgate o País e revigore a sua economia. E a conformação de um Estado mais enxugo e eficaz é o ponto de partida dessa gestão.
O ex-juiz Sérgio Moro, único representante do Paraná nesta equipe, representa a continuidade e o fortalecimento da batalha destinada a combater a corrupção sistêmica que tomou conta do Brasil nos últimos 40 anos. Sua temível Lava Jato agora tem todos os atributos legais para ser um tentáculo com capacidade para alcançar qualquer estamento delitivo.
Bolsonaro tem três sólidos e fundamentais pilares de sustentação para governar, que são o apoio da opinião pública, o poder econômico nativo e o respaldo do Parlamento nessse início de governança.
Com firmes valores conservadores na sua formação, ele tem uma grande fé cristá e a promessa de colocar "Deus acima de tudo" lhe garante amplo apoio da grey católica e dos evangélicos pentecostais.
Se seu governo será capaz de atender às expectativas é o futuro quem vai dizer.
J. J. Duran é jornalista e membro da Academia Cascavelense de Letras