Indígena do Paraná vai ocupar cargo no governo de Bolsonaro
A paranaense Sandra Terena será a secretária nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do governo de Jair Bolsonaro. O secretário-adjunto será o advogado Esequiel Roque do Espírito Santo, que foi presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da OAB de Rondônia. E Igor Shimura, um jovem cigano com vários livros publicados sobre a temática, ocupará outra secretaria da pasta.
Indígena do povo Terena de uma aldeia fundada há 102 anos no interior de São Paulo e da qual seu avô foi um dos patriarcas, Sandra Terena - ou "Alieté", como é chamada na aldeia - se tornou em 2003 a primeira jornalista indígena do Brasil e desde então é uma das principais vozes brasileiras na construção de políticas públicas direcionadas à defesa de direitos de comunidades tradicionais.
Ela nasceu em Curitiba porque seu pai veio à capital paranaense para servir o Exército e tem uma trajetória incomum dentro do cenário envolvendo a comunidade indígena no Brasil. Terena faz parte de uma minoria invisível que conseguiu cursar uma universidade, se pós-graduar e conseguir aplicar o conhecimento para implementar, na prática, a busca pela melhor qualidade de vida de seu povo.
Sandra escolheu fazer comunicação social como forma de defender a comunidade indigna, se formou pela Universidade Positivo e fez pós-graduação em Comunicação Audiovisual pela PUC-PR.
Presidente da ONG Aldeia Brasil há 13 anos, utilizou seu aprendizado para produzir, com recursos próprios, um documentário em algumas aldeias, como na região do Xingu e no Amazonas, denunciando a omissão do poder público sobre a prática do infanticídio dentro de aldeias indígenas da região.