Governo paga aluguel mesmo sendo dono de 700 mil imóveis
Depois da redução do número de ministérios (eram 29 e agora são 22, incluindo o Banco Central e Advocacia-Geral da União) novas medidas vêm por aí para reduzir o tamanho da máquina pública e permitir a sobra de mais recursos para investimentos.
Esse enxugamento foi a pauta principal da primeira reunião de Jair Bolsonaro com seu primeiro escalão, realizada nesta quinta-feira (3) e que teve cerca de três horas de duração. Longe dos holofotes da imprensa, o presidente definiu com seus auxiliares diretos uma série de medidas que, ao final, foram anunciadas publicamente pelo chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.
Serão reunidas nas capitais as estruturas dos ministérios nos estados, a fim de se permitir a venda de imóveis federais e a redução das despesas com aluguel. Será feito um censo dos imóveis para se racionalizar a estrutura. Ainda nesse campo, foi determinada uma revisão geral dos contratos de locação com a União e devolução daqueles imóveis desnecessários. O ministro definiu como "um contrassenso absoluto" o governo possuir cerca de 700 mil imóveis pelo Brasil afora e ainda precisar alugar.
Haverá uma espécie de operação pente-fino para revisar todos os conselhos que atuam junto à administração direta, muitos deles com atribuições sobrepostas. O preenchimento dos cargos de segundo e terceiro escalões será mais restrito que em outros governos, terá que obedecer a critérios técnicos e não políticos e respeitar "a afinação com o projeto que representamos", segundo Onyx. Ele disse que o ministro de cada pasta é que dará a palavra final sobre a indicação após avaliar a "sintonia" do candidato com o projeto do governo.
Também foi ordenada por Bolsonaro uma revisão das receites liberações de recursos, exonerações e nomeações feitas nos últimos meses em todos os ministérios. "Houve uma movimentação incomum de exonerações e indicações nos últimos 30 dias, assim como também houve uma movimentação incomum de recursos destinados a ministérios também nos últimos 30 dias", revelou Onyx.
NOVO ENCONTRO
Um novo encontro do ministério já foi agendado para a manhã da próxima terça-feira (8). Na oportunidade, segundo Onyx Lorenzoni, os ministros deverão discutir com Jair Bolsonaro as medidas a serem adotadas pelo governo nas primeiras semanas.
Questionado sobre os parâmetros que o governo pretende incluir no projeto de reforma da Previdência, Lorenzoni não quis dar detalhes, mas respondeu: "Só uma palavra: vamos fazer a reforma da Previdência. Ponto". (Foto: Antonio Cruz/AGBR)