Equipe econômica já estuda aumento do Imposto de Renda
Se você está entre os ricos, ou os que ganham altos salários, pode ir se preparando para pagar mais Imposto de Renda. A equipe econômica do Governo Jair Bolsonaro já está empenhada em estudar o aumento da alíquota para cobrir o buraco gerado pela irresponsabilidade de governos anteriores, que comprometeram seriamente as finanças públicas do País.
"O sistema tributário brasileiro precisa ter uma certa progressividade. Não iremos ao extremo de ter apenas uma alíquota. Poucas alíquotas são absolutamente adequadas e uma alíquota adicional para altas rendas, altos rendimentos", justificou o novo secretário especial da Receita Federal, Marcos Cintra.
No entanto, ele afirmou estar em estudo, também, uma redução do IR para pessoas que ganham menos e um aumento do número de isentos. Sobre a extensão desse benefício, disse apenas que ela dependerá do ajuste fiscal que o governo conseguir executar, porque o caixa não pode ser comprometido.
Atualmente, quem ganha até R$ 1.903,98 por mês é isento do IR, quem recebe de R$ 1.903,99 até R$ 2.826,65 paga 7,5%, quem ganha de R$ 2.826,66 até R$ 3.751,05 paga 15%, quem ganha de R$ 3.751,06 até R$ 4.664,68 paga 22,5% e quem ganha acima de R$ 4.664,68 paga 27,5%.
REFORMA
Em relação aos demais tributos, Marcos Cintra admitiu que a ideia é criar um imposto único, desde que a medida estimule a progressividade do sistema tributário.
O secretário disse que esse imposto pode incidir sobre operações financeiras, semelhante à antiga CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), sobre o valor adicionado a uma mercadoria em cada etapa da produção e do comércio ou sobre o faturamento das empresas.
"Estamos ainda analisando as várias alternativas [para o imposto único]. Podemos trabalhar em um IVA [Imposto sobre Valor Agregado], podemos trabalhar em um imposto sobre movimentação financeira, em um imposto sobre faturamento. Nós temos de fazer um complexo de ações. Antes de qualquer coisa, é importante que a gente faça uma limpeza em nosso sistema tributário", disse Cintra.
Encarregado de elaborar uma nova proposta de reforma tributária, ele concluiu afirmando que o novo governo pretende fazer uma engenharia que reduza a carga de impostos, que fechou 2017 em 32,4% do PIB (Produto Interno Bruto). (Foto: Fernando Frazão/AGBR)