Governadora vem inaugurar lago da Usina do Baixo Iguaçu
Somente no início de janeiro é que Copel e o consórcio Neoenergia deverão definir, em conjunto com a Construtora Odebrecht (executora da obra), a data do início dos testes de operação da Usina do Baixo Iguaçu, cujo processo de enchimento do reservatório será concluído em cerca de dez dias. Só depois disso é que será possível definir a data da inauguração propriamente dita da hidrelétrica e o consequente início da geração de energia da primeira das três turbinas (a segunda deverá entrar em operação 30 dias a terceira e última 60 dias mais tarde).
Por isso tudo, não é um equívoco dizer que a governadora Cida Borghetti e o presidente da Copel, Jonel Nazareno Iurk, virão de Curitiba a Capanema nesta quinta-feira (27) para inaugurar uma hidrelétrica inacabada. O convite indica "entrega obras da usina", cujo investimento total saltou dos R$ 1,6 bilhão estimados inicialmente para R$ 2,4 bilhões devido a sucessivos atrasos (a licitação ocorreu há exatos dez anos), mas o que será feito, na verdade, é apenas o descerramento de uma placa alusiva ao enchimento do lago para assegurar a inclusão dos nomes de ambos (Cida e Jonel) na resenha descritiva da obra. O problema é que isso tem um custo, que não é barato e será bancado pelos contribuintes paranaenses.
A USINA
Localizada no Rio Iguaçu, entre os municípios de Capitão Leônidas Marques (Oeste) e Capanema (Sudoeste), a Usina Baixo Iguaçu tem capacidade de 350,2 MW e pode abastecer 1 milhão de pessoas. O projeto tem um arranjo bastante peculiar, com canal de adução, tomada d?água, casa de força com suas três unidades geradoras e canal de fuga, um vertedouro com 16 comportas e barragem com núcleo de argila.
A área do reservatório tem 31,63 km² e aproveita o leito do rio, pois a usina foi concebida para operar a fio d?água. A casa de força possui três turbinas Kaplan de eixo vertical e potência unitária de 116,73 MW e a queda d?água alcança 15,3 m.
Uma linha de transmissão de 230 kV com extensão de 60 km conecta a hidrelétrica à subestação Cascavel Oeste e, por consequência, ao sistema elétrico nacional. No pico, no final 2016 e início de 2017, a obra chegou a ter aproximadamente 2.700 trabalhadores.