Noite de esperança universal
J. J. Duran
O mundo cristão globalizado está prestes de cumprir, uma vez mais, o ritual do nascimento do Menino Jesus, que se fez homem para ser crucificado pela estúpida incompreensão dos seus semelhantes.
Esse ser ensanguentado pregado na cruz ao final de sua passagem humana pela Terra deixou uma mensagem sublime, clamando por paz e amor com seus braços em cruz como que abraçando a todos, especialmente aos excluídos.
Na trajetória cumprida pelos quatro cantos do universo, deixou a todos nós uma mensagem de esperança que jamais se apaga. Por isso, em todo dia 24 de dezembro penso em meus irmãos que perambulam pelas ruas da orfandade, da miséria e do esquecimento.
Penso em todos os anciãos que nessa noite de recordações estão solitários e rodeados pela lembrança de velhos rostos que se foram e daqueles que, pela estupidez reinante em uma sociedade consumista e permissiva de todas as futilidades, os deixaram abandonados nas ruas e nas casas de repouso.
Para aqueles que são náufragos deste oceano de amarguras à procura da praia prometida, quero manifestar minha solidariedade e transmitir uma humilde mensagem de esperança no amanhã.
Que a noite de Natal não seja marcada por uma alegria forçada, mas sim por momentos de reparação fraterna por todas as vezes que, no fragor da luta pela sobrevivência, deixamos de estender nossas mãos aos que suplicam por ajuda.
Roguemos que nossos governantes transformem as promessas em realidade, para que nesse simples ato de autenticidade todos encontremos a resposta esperada, um novo tempo, com novos pensamentos e novos horizontes.
Bendito sejas menino de Belém. Bendito sejas Cristo Redentor, que na última ceia repartiu o pão e o vinho sem excluir nenhum de seus apóstolos.
Bendito sejas Bom Judeu, que nos acompanha em todos os dias luminosos, mas especialmente em todas as noites tortuosas.
Bendita seja esta terra brasileira que me deu uma família e amigos de verdade.
Feliz Natal a todos. (Ilustração: AliExpress.com)
J. J. Duran é jornalista e membro da Academia Cascavelense de Letras