Judiciário usou auxílio-moradia como toma lá dá cá, critica Bueno
O deputado federal Rubens Bueno criticou duramente a decisão do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) de retomar o pagamento de auxílio moradia de até R$ 4,3 mil para os integrantes do Judiciário. Na avaliação do parlamentar paranaense, os magistrados e integrantes do Ministério Público acenaram com o fim do benefício para conseguir a aprovação do aumento de seus salários de R$ 33,7 mil para R$ 39,2 mil e, agora, com o reajuste sancionado, retomam o pagamento do auxílio.
"É evidente que foi um toma lá dá cá. Ficaram desde 2014, por meio de uma liminar do ministro Luiz Fux {do STF}, recebendo o auxílio-moradia indiscriminadamente, mesmo morando e tendo imóvel na cidade onde trabalhavam. Agora, com a decisão do ministro de derrubar a liminar e cancelar os pagamentos, deram um jeito de retomar o privilégio. De 2014 para cá isso gerou um custo de quase R$ 5 bilhões para os cofres públicos. Quem vai devolver essa montanha de dinheiro?", indagou o parlamentar, que é relator do projeto que regulamenta o teto salarial do serviço público.
Para Bueno, os membros do Judiciário passam para a população a sensação de que "só pensam no seu umbigo e não estão nem um pouquinho preocupados com os 13 milhões de trabalhadores desempregados".
"A sociedade cobra pelo fim dos privilégios e os integrantes do Judiciário fazem justamente o contrário na última reunião do ano do CNJ. É lamentável que não enxerguem a situação do país e a necessidade de cortar gastos. É certo que agora colocaram algumas condições para o pagamento, mas a maioria do trabalhador brasileiro, que não recebe esse auxílio, continua considerando um absurdo", reforçou. (Foto: Divulgação)