Site da Assembleia destaca vida pública exemplar de Elio Rusch
Matéria assinada pela jornalista Sandra C. Pacheco e postada nesta segunda-feira (17) no site da Assembleia Legislativa dá merecido destaque à história construída por um dos mais antigos, éticos e destacados representantes da região Oeste na política paranaense.
Após 42 anos ininterruptos de exercício de mandatos populares, Elio Rusch (DEM) está deixando, por ora, a política. Seu projeto era ainda exercer um último mandato de deputado estadual, mas os 32.001 votos obtidos na última eleição, insuficientes para mantê-lo na Assembleia Legislativa do Paraná, mudaram seus planos.
Filho de Alberto Augusto Rusch e Orminda Arndt Rusch, Elio nasceu no município gaúcho de Crissiumal em 16 de maio de 1952, mas veio para o Paraná e aqui se estabeleceu em 1972. Apenas dois anos depois já era líder de movimento estudantil, muito atuante naquela época. Presidiu grêmios estudantis e a Ares (Associação Rondonense de Estudantes Secundários), além de integrar a diretoria da Upes (União Paranaense dos Estudantes Secundaristas).
A capacidade de liderança guiou seus passos para a vida pública. Em 1976, atendendo convite de um grupo de amigos, concorreu a uma vaga na Câmara Municipal de Marechal Cândido Rondon, elegendo-se pela antiga ARENA, com expressiva votação. Reelegeu-se nos dois pleitos seguintes como o vereador mais votado da cidade, a primeira vez pelo PDS, sigla que sucedeu a ARENA, e a segunda, pelo PFL. Presidiu o Legislativo Municipal durante 7 dos 14 anos em que lá esteve, chegando a assumir interinamente o cargo de prefeito em 1984.
Em 1990 candidatou-se a deputado estadual pela primeira vez, pelo PFL, obtendo mais de 15 mil votos. Reelegeu-se quatro anos depois com mais de 25 mil votos. O terceiro mandato veio em 1998, agora por força de mais de 35 mil votos. Sua votação ampliou-se nas eleições subsequentes, em 2002 e 2006, quando passou dos 46 mil votos e alcançou a situação de parlamentar mais votado de seu partido. O sexto mandato consecutivo veio em 2010, desta feita já pelo DEM, e o sétimo em 2014, quando obteve quase 55 mil votos.
Defensor da livre iniciativa, a qual atribui papel fundamental para o desenvolvimento, das parcerias público-privadas e do direito à propriedade, pautou sua atuação na Casa por essa ótica. Desta forma, destaca momentos que acredita importantes na história recente do Legislativo estadual e do Paraná: a Lei de Incentivo à Industrialização, do período Jaime Lerner, que se tornou conhecida como Lei Anibal Khury; a criação da ParanaPrevidência, também na gestão Lerner; e a criação da Adapar, que conferiu confiabilidade à produção pecuária e agrícola do Paraná, ajudando na consolidação do agronegócio. Com sua participação direta, cita a criação do Batalhão de Fronteira, em 1998, cuja implementação se deu em 2012, com sede justamente em Marechal Cândido Rondon.
Foi líder da bancada do DEM na Assembleia Legislativa por três anos. Na legenda, em 1999, assumiu como secretário geral e exerceu o cargo até 2011, quando foi eleito presidente do diretório estadual da agremiação. Manteve o posto até 2015. Na Assembleia Legislativa ocupou várias funções de destaque, participando de diversas comissões técnicas da Casa: presidiu diversas vezes a Comissão de Finanças, presidiu a Comissão de Tomada de Contas, foi vice-presidente da Mesa Executiva. Na Comissão de Orçamento, responsável pela análise do Orçamento Geral do Estado do Paraná, é relator desde 2011. Presidiu a CPI da Reforma Agrária, criada na Casa no primeiro semestre de 2004 com o objetivo de produzir um amplo painel sobre a situação agrária e fundiária no Paraná.
Com o grosso de sua base eleitoral situado na região Oeste, passando pela Lapa, Quitandinha e Rio Negro, sem contar a capital, teve uma atuação voltada principalmente para as carências municipais e para a defesa do setor produtivo. Ele próprio dividia suas ações em três níveis: grandes projetos, projetos regionais e diretamente nos municípios. Os grandes levavam em conta o Estado como um todo, com ações de impacto e relevância para todos os paranaenses. Os regionais miravam o desenvolvimento integrando entidades representativas e defendendo as causas de grupos regionais. O terceiro nível se referia ao trabalho direto junto às bases.
Foi também membro fundador da Câmara Júnior Internacional (JCI) de Marechal Cândido Rondon, onde atualmente é senador. (Foto: Pedro Oliveira/Alep)