Agrado da JBS ao grupo de Aécio Neves teria custado R$ 128 milhões
Agentes da Polícia Federal passaram a manhã desta terça-feira (11) cumprindo 24 mandados de busca e apreensão, bem como entregando 48 intimações para oitivas, em imóveis pertencentes ao senador Aécio Neves e à irmã dele, Andréa Neves, o primo Frederico Pacheco de Medeiros, os também senadores Antonio Anastasia e José Agripino Maia e os deputados federais Paulinho da Força, Benito Gama e Cristiane Brasil, além de empresas que teriam emitido notas frias para mascarar R$ 128 milhões em propina que teria sido paga pela JBS ao tucano e seu grupo político entre 2014 e 2017.
A Operação Ross é um desdobramento da Patmos, deflagrada pela PF em maio de 2017, e se baseia em informações de empresários, que teriam relatado a promotores pagamentos nesse montante para garantir apoio político à candidatura de Aécio em 2014 ao PTB, ao DEM e ao Solidariedade, bem como uma "mesada" de R$ 50 mil mensais que teria sido paga ao senador até 2017 pela JBS por meio da rádio Arco Íris, de propriedade da família dele, e da compra superfaturada de um imóvel do jornal mineiro Hoje em Dia, por R$ 17 milhões.
Em troca, segundo a denúncia, Aécio teria intervido junto ao Governo de Minas Gerais para restituir créditos milionários de ICMS a empresas do grupo J&F. A investigação foi aberta no ano passado com base no acordo de delação premiada firmado pelo empresário Joesley Batista e outros executivos do grupo.
AÉCIO NEGA
"O inquérito baseia-se em delações do grupo JBS que tentam transformar as doações feitas a campanhas do PSDB, e devidamente registradas na Justiça Eleitoral, em algo ilícito para, convenientemente, tentar manter os generosos benefícios de seus acordos de colaboração. A correta e isenta investigação vai apontar a verdade e a legalidade das doações feitas", afirmou em nota Alberto Toron, advogado de Aécio Neves. Segundo ele, o senador "sempre esteve à disposição para prestar esclarecimentos e apresentar todos os documentos que se fizessem necessários às investigações, bastando para isso o contato com seus advogados".