Agora é oficial: Ministério do Trabalho vai deixar de existir
O ministro extraordinário da transição, Onyx Lorenzoni, confirmou nesta segunda-feira (3) a extinção do Ministério do Trabalho a partir de 1º de janeiro, data da posse do presidente eleito Jair Bolsonaro. Em entrevista à Rádio Gaúcha, Onyx explicou que as atuais atividades da pasta serão distribuídas entre os ministérios da Justiça, da Economia e da Cidadania.
Segundo ele, tanto as concessões de cartas sindicais quanto a fiscalização das condições de trabalho ficarão a cargo da equipe de Sergio Moro (Justiça). Sob o guarda-chuva de Paulo Guedes (Economia) e Osmar Terra (Cidadania) ficarão as políticas de emprego, contemplando ações voltadas para o empregados e empregadores.
Onyx afirmou que o futuro governo terá 20 ministérios funcionais e dois eventuais. Os dois últimos são estruturas com status ministerial temporário, de acordo com estratégias defendidas pela equipe de Bolsonaro. Trata-se do Banco Central, que "quando vier a independência deixa status de Ministério" e a AGU (Advocacia-Geral da União).
PARLAMENTARES
Nos próximos dois dias, Bolsonaro reúne-se com pancadas parlamentares. Amanhã ele conversa com representantes do MDB e do PRB que, juntos, têm mais de 60 representantes no Congresso. E naa quarta-feira será a vez das bancadas do PR e PSDB.
De acordo com o futuro ministro de Bolsonaro, os encontros têm como finalidade apresentar um modelo diferente da relação entre Executivo e Legislativo. Onyx reiterou a afirmação que vem sendo feita pelo presidente eleito de que não haverá mais a política "toma lá, dá cá", quando cargos eram distribuídos em troca de apoio na votação de projetos prioritários.
"Ao longo dos anos esses lugares eram dados e usados para operações que eram desvio de dinheiro público. E isso não vai ter no governo Bolsonaro. Estamos criando um novo mecanismo que não existe, uma nova lógica de relacionamento de construção de maioria que passa primeiro na relação com as bancadas, depois frentes parlamentares e vamos ter coordenadores regionais", disse. (Foto: Valter Campanato/AGBR)