Propina do pedágio recoloca Gleisi na alça de mira da PF
Reportagem da Folha de S. Paulo indica que Gleisi Hoffmann terá algo mais com que se preocupar em seu novo mandato eletivo (agora como deputada federal) além de fazer oposição sistemática ao Governo Jair Bolsonaro. Segundo o jornal paulista, no acordo de delação premiada firmado com o Ministério Público de São Paulo o Grupo CCR, responsável por gerir trechos pedagiados das rodovias BR-277 e BR-376, acusou a presidente nacional do PT de ter recebido R$ 3 milhões via caixa dois para a campanha de 2010 ao Senado, o que a coloca novamente na mira dos investigadores da Operação Lava Jato.
O relato da doação foi feito pelo ex-presidente do Grupo Renato do Valle, em depoimento a promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado. A denúncia aponta ainda que Aloizio Mercadante (PT-SP), então senador, teria pedido R$ 3 milhões e recebido R$ 1,7 milhão, também via caixa dois.
A entrega do dinheiro, afirmou Renato, teria sido feita por um intermediário e de forma parcelada por conta do valor elevado. Paulo Bernardo, ministro do Planejamento do Governo Lula à época do pedido e também marido de Gleisi, é quem teria solicitado a doação.
Ao todo a empresa, a que detém o maior número de concessões rodoviárias no País, afirmou ter doado R$ 44 milhões para caixa dois de políticos, em valores corrigidos. Ainda não se sabe todos os nomes que fazem parte da lista de doações da empresa, mas não são apenas do PT. Outros nomes já tornados públicos são o do ex-governador e presidenciável Geraldo Alckmin e o senador José Serra, ambos do PSDB, e o ex-prefeito de São Paulo e atual ministro de Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab, do PSD.
MODISMO
Gleisi Hoffmann se defendeu das acusações feitas pelo ex-presidente da CCR. "Este senhor mente! Não recebi esse dinheiro para nenhuma campanha. Agora virou moda fazer delação acusatória, sem provas, e vazar para a imprensa, principalmente contra o PT e suas lideranças. Quero lembrar que já fui absolvida de um processo em que me acusaram desta maneira. Neste caso, por ser absolutamente infundada e mentirosa a acusação, sequer posso ser processada!", afirmou Gleisi em nota.