O empresário cascavelense Paulo Carlesso foi surpreendido ontem, ao encontrar na caixa de correspondências de sua casa uma carta em nome de uma tal Cooperativa Nacional de Previdência Privada comunicando que ele, que se aposentou há alguns anos, teria o direito de receber R$ 74.824 em valores retroativos.

Com o brasão da República no cabeçalho, a correspondência indica que seu direito já havia sido reconhecido em uma sentença do juiz da 42ª Vara Cível da Comarca de São Paulo, mas que, para recebê-lo, teria que depositar R$ 8.827,40 a título de "obrigações fiscais" em uma determinada conta.

"É legal fazer uma matéria como forma de advertência, pois muitos incautos podem cair nesse golpe", comentou Carlesso agora de manhã. "À tarde vou ligar para o número de telefone indicado na carta e me fazer de gago e surdo para eles pensarem que sou bem velhinho", brincou.

"É um golpe que para os incautos parece perfeito. O cara entra em contato, faz o depósito das supostas custas e depois não vê mais a cor do dinheiro", continuou o empresário, que disse não ter encontrado no Google o nome da tal cooperativa e nem da suposta advogada que assina a correspondência.

COISA ANTIGA

Embora seja o primeiro caso que repercute em Cascavel, esse golpe já acontece há algum tempo em cidades maiores. Tanto, que a Secretaria de Previdência Social encetou uma campanha no fim de 2017 para alertar a população do País inteiro.

A medida foi tomada depois do registro de 1.680 denúncias sobre esse tipo de fraude entre janeiro de 2016 e julho do ano passado. O golpe é perpetrado tanto com o envio de cartas como a recebida por Paulo Carlesso quanto com telefonemas feitos diretamente aos aposentados. (Foto: A Voz do Paraná)