Futuro ministro quer banir das escolas o debate sobre gênero
No que depender do futuro ministro da Educação, a polêmica discussão sobre a ideologia de gênero no Ensino Fundamental, imposta na era PT no poder a contragosto da maioria dos brasileiros, deixará de existir já no início do próximo ano letivo.
"Quem define gênero é a natureza", disse Ricardo Vélez Rodriguez na noite de ontem (26), em Londrina, onde trabalha e mora com a família. Na primeira entrevista à imprensa desde que foi convidado por Jair Bolsonaro, ele citou o exemplo do Canadá, onde esteve em julho visitando parentes. Disse que aquele país decretou a educação de gênero por meio de uma lei federal, mas as províncias autônomas começaram a discutir o tema localmente e algumas, onde o governo é conservador, derrubaram a lei.
"Então, eu acredito que quando consultadas as pessoas onde moram, enxergando o indivíduo, a educação de gênero é um negócio que vem de cima para baixo, de uma forma vertical e não respeita muito as individualidades. A culminância da individualização qual é? A sexualidade. Então, se eu brigo com um indivíduo, vou brigar com a sexualidade e vou querer regulamentar a sociedade por decreto, o que não é bom. Eu acho que é um tiro fora do alvo", afirmou.
ESCOLA SEM PARTIDO
Rodrigues também explicou por que discorda do projeto Escola sem Partido. "Eu acho que a doutrinação não é boa para o aluno, nos primeiros anos, no ensino básico, fundamental, tem que ser educado fundamentalmente para integrar-se na sua comunidade, no seu país, que é um país suprapartidário. Não é um partido político que vai fazer com que o menino, o jovem tenha consciência cidadã". Já sobre o conteúdo das provas do Enem, disse que ele ser preparado com isenção, para que não seja veículo de disseminação de determinadas posições ideológicas ou doutrinárias.
ENSINO MÉDIO
O futuro ministro também defendeu que os estudantes saiam do ensino médio preparados para o mercado de trabalho. "Nem todo mundo é chamado à universidade. É bobagem pensar que a democratização da universidade é universal (...) Nem todo mundo gosta de universidade. Eu acho que o segundo grau teria como finalidade mostrar ao aluno que ele pode pôr em prática esses conhecimentos e ganhar grana com isso, como os youtubers estão ganhando grana sem frequentar universidade", argumentou Rodriguez.
ENSINO SUPERIOR
Na opinião do futuro ministro da Educação, as universidades precisam melhorar a gestão, com cobrança de eficiência e resultado pessoal. "Eu acho que a universidade pública tem que permanecer pública. Mas com uma gestão eficiente, uma gestão em que o cidadão veja que o que está pagando tem resultado. E nossa estrutura de universidade pública sai quatro, cinco vezes mais cara que de uma universidade particular. Precisamos justificar isso perante o eleitorado que é quem financia", argumentou Rodriguez, que também prometeu uma gestão que dê "importância às pessoas, ao aluno em sala, aos professores que se sentem oprimidos pela violência que há em sala". (Foto: G1 Paraná)