As indefinições no horizonte do ramo agropecuário estão afetando diretamente o maior investimento privado da história do Oeste paranaense. Orçada em R$ 2,74 bilhões, a construção do frigorífico da Frimesa em Assis Chateaubriand não foi paralisada, ao contrário do que chegou a ser ventilado, mas o ritmo é bem menor que o inicialmente estimado.

"As obras no local continuarão com velocidade menor de trabalho", diz nota da própria cooperativa à Rádio Vale Verde, listando cinco motivos para tanto: lentidão para abertura do mercado externo para produtos brasileiros; redução no consumo interno das proteínas animais, motivada pela queda do poder aquisitivo; desestimulo com a intensa burocracia nos órgãos públicos brasileiros; custos elevados para o acesso à infraestrutura de energia elétrica, rodovias e comunicação, e período de transição política, econômica e administrativa em 2019 no Brasil.

Presente no mercado brasileiro de alimentos há quase quatro décadas, a Frimesa é uma central que industrializa a matéria-prima dos produtores de cinco cooperativas filiadas (Copagril, Lar, C.Vale, Copacol e Primato) e atua no segmento de carne suína e derivados de leite com foco na industrialização de alimentos de valor agregado. Seu portfólio inclui mais de 400 produtos e seu faturamento em 2017 passou um pouco R$ 2,8 bilhões.

ATRASO

Quando do lançamento da pedra fundamental, há um ano, a projeção da diretoria da Frimesa era de que o maior frigorífico de suínos da América Latina pudesse estar em plena operação já em 2020, abatendo 15 mil cabeças/dia e gerando 5,5 mil novos empregos diretos e R$ 370 milhões anuais em impostos.

A ideia inicial era de que a primeira fase das obras, compreendida pela parte de infraestrutura, terraplanagem, escavações e fundações, a esta altura já estivesse pronta. Mas quem passa pelo local, uma área às margens da PR-239, percebe claramente a lentidão dos trabalhos, um indicativo de que os planos terão de ser refeitos, pois já não há mais tempo hábil para cumprir o cronograma inicialmente estabelecido.