Bolsonaro insiste que médicos são escravos do regime cubano
O presidente eleito Jair Bolsonaro voltou a afirmar neste domingo (18) que Cuba submete seus profissionais, vinculados ao programa Mais Médicos, a uma situação de "trabalho análogo à escravidão". Ele também afirmou que alguns prefeitos, que reclamam da saída dos cubanos, querem se eximir de responsabilidades.
"A prefeitura mandou embora seu médico para pegar um cubano. Quer ficar livre da responsabilidade. A saúde [municipal] também tem sua responsabilidade", afirmou Bolsonaro, ao prestigiar as finais do evento de Jiu-Jitsu Abu Dhabi Grand Slam Rio.
Ele disse que ainda não é o presidente, mas que "dia 1º vamos apresentar [uma solução para a saída dos médicos cubanos]. Não podemos admitir escravos cubanos no Brasil nem continuar alimentando a ditadura cubana também".
Bolsonaro reiterou o que disse há dois dias, lembrando que muitos cubanos deixam para trás as famílias, pois não podem trazê-las para o Brasil e são obrigados a repassar 70% dos salários para o governo de Cuba.
REAÇÕES
A Abrasco (Associação Brasileira de Saúde Coletiva) divulgou nota neste domingo alertando sobre o impacto da saída dos médicos cubanos. O documento cita a presença dos profissionais em 2,8 mil municípios e destaca que em 611 municípios todos os médicos atuantes são cubanos.
De acordo com a entidade, as dificuldades de lotação e fixação de médicos em áreas de difícil acesso ou de alta vulnerabilidade social é um problema histórico e estrutural do sistema de saúde brasileiro que começou a melhorar em 1994, com a implantação da Estratégia Saúde da Família e, especialmente em 2013, quando foi criado Programa Mais Médicos para o Brasil.
NOVA CIRURGIA
Jair Bolsonaro também confirmou que irá a São Paulo no próximo dia 23 para se submeter a exames pré-operatórios para a retirada da bolsa de colostomia. No sábado (24) ele seguIRÁ para o Rio de Janeiro. "Estarei na minha Brigada de Infantaria Paraquedista [no Rio] onde verei milhares de colegas que serviram comigo naquela grande unidade", afirmou.
O presidente eleito afirmou que terá uma agenda intensa em Brasília a partir de terça-feira (20) e defendeu a união dos poderes para buscar soluções para os problemas do país: "Temos que nos unir. Não posso governar sozinho. O Executivo apesar de falar que é um Poder independente, em grande parte depende do Parlamento brasileiro. Temos que nos aproximar e muito do Parlamento", disse.
Ao deixar a Arena 1, onde aconteceu a competição de jiu-jitsu, o presidente eleito parou em um quiosque na Barra da Tijuca, onde tomou água de coco, tirou fotos e cumprimentou quem passava pelo local. (Foto: Tomaz Silva/AGBR)