Com a decisão do governo de Cuba de encerrar o Mais Médicos - programa que irrigou o regime da família Castro com R$ 3,2 bilhões até o último levantamento oficial - prefeituras de todos os estados brasileiros começam a programar concursos para contratar novos profissionais e manter o atendimento à saúde básica da população, que viverá um período de sobressaltos.

No Paraná, segundo a Secretaria de Estado da Saúde, há 458 cubanos atuando majoritariamente no interior e alguns deles já preparam as malas, enquanto muitos desejam ficar. Pela política antecipada pelo futuro Governo Bolsonaro, no entanto, a permanência ficará condicionada à aprovação no Revalida, uma tese defendida inicialmente pelo CFM (Conselho Federal de Medicina) e coisa que só 459 (incluindo brasileiros formados no exterior) obtiveram desde o início do programa.

A cidade do Estado mais afetada vai ser Ponta Grossa, que emprega 56 médicos cubanos, responsáveis por 75% da força de trabalho na rede municipal de saúde. Por conta disso, o prefeito Marcelo Rangel convocou uma reunião de emergência para tratar do assunto e cogita, como uma das medidas emergenciais, a antecipação da nomeação dos 37 médicos aprovados no mais recente concurso, realizado em setembro deste ano.

NO PAÍS

Segundo a CNM (Confederação Nacional de Municípios), profissionais cubanos estão em 1.575 municípios do País e cerca de 28 milhões de brasileiros podem ser afetados na assistência médica com o rompimento abrupto do acordo celebrado entre Brasil e Cuba. O presidente Glademir Aroldi emitiu nota para alertar que a situação aflige os prefeitos e pode "levar a estado de calamidade pública" em boa parte dos 1.575 municípios atendidos pelo programa, razão pela qual cobra uma solução rápida da questão.

A resposta veio rápida: na manhã desta sexta-feira o Ministério da Saúde anunciou que fará ainda este mês a seleção para contratar profissionais brasileiros em substituição aos cubanos. Um edital que está sendo finalizado prevê 8.3332 vagas, que começarão a ser preenchidas antes do fim do ano. (Foto: Arquivo)(Foto: Arquivo)