Rejeição das contas de 2015 tira Edgar Bueno da eleição de 2020
Mesmo que veladamente, os opositores de Edgar Bueno vivem um misto de alívio e euforia desde a tarde desta segunda-feira, quando a Câmara, reunida em sessão extraordinária, aprovou por 14 votos a cinco o Projeto de Decreto Legislativo 15/2018 e rejeitou as contas de sua administração relativas a 2015. Ocorre que, com isso, a princípio ele fica impedido de postular seu quarto mandato de prefeito, conforme entendimento de agosto de 2016 do STF (Supremo Tribunal Federal) - a decisão final nesse sentido caberá à Justiça Eleitoral, quando provocada.
O referido projeto foi protocolado pela Comissão de Economia e Finanças da própria Câmara, formada pelos vereadores Serginho Ribeiro, Sidnei Mazutti e Jaime Vasatta, e que não acatou o parecer prévio do TCE-PR (Tribunal de Contas do Estado do Paraná) pela aprovação das contas com ressalvas.
Votaram pela reprovação os vereadores Alécio Espínola, Carlinhos de Oliveira, Celso Dal Molin, Damasceno Júnior, Jorge Bocasanta, Rafael Brugnerotto, Josué de Souza, Sidnei Mazutti, Misael Júnior, Roberto Parra, Sebastião Madril, Serginho Ribeiro, Valdecir Alcântara e Romulo Quintino. E contrariamente ao projeto votaram os vereadores Aldonir Cabral, Fernando Hallberg, Mauro Seibert, Pedro Sampaio e Olavo Santos.
O advogado Marcos Boschirolli, que defendeu o ex-prefeito da tribuna, alegou que as ressalvas do TCE se referiram apenas a falhas técnicas na prestação de contas e não resultaram em qualquer prejuízo ao erário. Já Edgar, que não compareceu à sessão, se manifestou no fim da tarde dizendo que "eles {vereadores} cometeram uma aberração, pois tecnicamente não há justificativa para a reprovação, e eu vou recorrer à Justiça como fiz com as contas de 2013 e ganhei".
Edgar acusou a maioria dos vereadores de "fazerem retaliação política contra a minha pessoa" para "atender aos interesses do atual prefeito". Sobre uma eventual nova candidatura daqui a dois anos, o ex-prefeito não confirmou nem desmentiu, dizendo apenas que a decisão de hoje da Câmara "é uma coisa motivadora". (Foto: Arquivo)