Temer chama Bolsonaro para encontro com Trump e Putin
Após a reunião que formalizou o governo de transição, o presidente eleito Jair Bolsonaro disse hoje (7) que "muita coisa" da gestão Michel Temer vai ser mantida, sem citar detalhes. "O Brasil não pode se furtar do conhecimento daqueles que passaram pela Presidência", disse Bolsonaro, que concedeu entrevista ao lado de Temer, no Palácio do Planalto.
Após as declarações de Bolsonaro, Temer ressaltou que está à disposição do presidente eleito para o que ele e sua equipe necessitarem. O presidente da República afirmou que o momento é de unidade. "Vamos todos juntos".
O presidente afirmou ainda que, se houver projetos de interesse do governo eleito em tramitação no Congresso Nacional, podem ser especificados para que ele e sua equipe tentem, assim, negociar sua prioridade nas votações.
Temer também fez questão de convidar Bolsonaro para que o acompanhe em viagens ao exterior, como a próxima Cúpula do G20 (grupo que reúne as 20 maiores economias do mundo), que será aberta no próximo dia 30 em Buenos Aires, na Argentina, e contará com a presença dos presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Rússia, Vladimir Putin.
UNIÃO DE FORÇAS
Antes de visitar Temer, Jair Bolsonaro esteve com o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), depois do que fez um apelo público pela união entre os Poderes. "Ninguém governa sozinho um país como o Brasil. Não sou eu, nós não podemos errar". justificou, prometendo trabalhar em conjunto com os poderes Judiciário e Legislativo a fim de aperfeiçoar as leis de combate à violência e à criminalidade. "O Brasil tem desafios enormes a serem vencidos, mas temos potencial para superá-los", declarou, lembrando que entre esses desafios estão a necessidade de mudanças nas regras da Previdência Social, na responsabilidade fiscal e tributária e na melhoria da segurança pública.
REFORMA MINISTERIAL
Outro compromisso de Jair Bolsonaro nesta quarta-feira foi uma reunião com o presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), João Otávio de Noronha, que fez acompanhado do futuro ministro da Justiça, Sergio Moro. Na saída, o presidente eleito confirmou que pretende extinguir o Ministério do Trabalho e fundi-lo a outra pasta, mas não deu detalhes. A medida, que já era conhecida, ensejou uma nota emitida ainda ontem pelo próprio Ministério do Trabalho ponderando que "o futuro do trabalho e suas múltiplas e complexas relações precisam de um ambiente institucional adequado para a sua compatibilização produtiva". (Foto: Wilson Dias/AGBR)