Imprensa do exterior elege Moro o inimigo número 1 da corrupção
A indicação do juiz federal Sérgio Moro para o cargo de ministro da Justiça repercutiu intensamente na imprensa internacional. Jornais estrangeiros apontam que a indicação é uma sinalização de que o Brasil vai intensificar a luta contra a corrupção.
A indicação ganhou destaque em veículos como os americanos The New York Times e The Wall Street Journal, o inglês The Times, o espanhol El País, o francês Le Monde, a agência de notícias britânica Reuters, a empresa pública BBC e a agência americana Associated Press.
Em artigo intitulado "O juiz brasileiro que condenou Lula aceita cargo na equipe de Bolsonaro", o The New York Times mostra que o juiz é visto como agente importante de combate à corrupção, mas ressalta que na reta final das eleições, ações de Moro beneficiaram o então candidato Jair Bolsonaro. A Reuters também destaca que o juiz foi responsável pela prisão de Lula.
No artigo "O novo líder do Brasil escolhe juiz anticorrupção como ministro da Justiça", o The Wall Streeet Jornal afirma que "Moro estará em posição de ajudar a impulsionar as reformas estruturais. Mudanças que ele argumenta há muito são necessárias para combater as causas da corrupção".
O inglês The Times destacou o fato de Bolsonaro oferecer um emprego no novo governo "para o juiz anticorrupção, cuja investigação levou à prisão de seu rival político". Para o El País, a entrada de Moro no Executivo brasileiro marca "um antes e depois nas investigações da Lava Jato", que afeta "praticamente toda a classe política do Brasil".
A Associated Press pontuouque a decisão "será aclamada por brasileiros ansiosos por uma repressão ao suborno, mas também [será marcada] por uma profunda polarização após uma campanha presidencial contundente".
Para a emissora britânica BBC, a nomeação de Moro deve impulsionar as alegações de que a Operação Lava Jato teve "motivações políticas". A reportagem destaca a fala de Bolsonaro de que Moro é "uma peça muito importante para o governo dele". A BBC informa ainda que o presidente eleito está reduzindo o tamanho do governo por meio da criação de superministérios, juntando algumas pastas.
Já o jornal francês Le Monde faz um compilado de toda a equipe já anunciada por Bolsonaro no artigo "Brasil: militar, juiz anticorrupção, astronauta... Os futuros ministros do governo Bolsonaro".
Além de Moro, já estão confirmados no novo governo os ministros da Defesa (general Augusto Heleno), da Ciência e Tecnologia (o astronauta Marcos Pontes), o da Economia (Paulo Guedes) e o da Casa Civil (Onyx Lorenzoni).