Os corruptos que se preparem: Moro será ministro de Bolsonaro
Sérgio Moro vai deixar o comando da Operação Lava Jato para se ocupar de algo ainda mais importante. O juiz federal paranaense, inimigo número um dos corruptos que sangraram o erário brasileiro ao longo dos últimos tempos, aceitou o convite do presidente eleito Jair Bolsonaro e assumirá o Ministério da Justiça e da Segurança Pública no dia 1º de janeiro, indicando que o Brasil viverá tempos de combate severo à corrupção e à impunidade ao longo dos próximos anos.
"Após reunião pessoal, na qual foram discutidas políticas para a pasta, aceitei o honrado convite", anunciou moro. "Sua agenda anticorrupção, anticrime organizado, bem como o respeito à Constituição e às leis será o nosso norte", escreveu nas Bolsonaro em suas redes sociais, ao confirmar o nome do magistrado e também a fusão das duas pastas.
Moro foi cedo ao Rio de Janeiro e ficou cerca de uma hora e meia com Bolsonaro. Ao sair da reunião, acenou para as pessoas que se aglomeravam em frente à casa, mas não deu entrevista. Em nota, no entanto, disse lamentar o fato de estar abandonando 22 anos de magistratura, mas observou que tomou essa decisão diante da "perspectiva de implementar uma forte agenda anticorrupção e anticrime organizado, com respeito à Constituição, à lei e aos direitos".
Para ele, na prática o cargo significa "consolidar os avanços contra o crime e a corrupção e afastar riscos de retrocessos por um bem maior". Segundo Moro, que é paranaense de Maringá, a Operação Lava Jato continuará normalmente mesmo sem sua presença. "Para evitar controvérsias desnecessárias, devo, desde logo, afastar-me de novas audiências", acrescentou. (Foto: Antonio Lacerda/EFE)