Começa hoje mais uma etapa de vacinação contra a febre aftosa
A segunda campanha de vacinação contra febre aftosa de 2018 começa nesta quinta-feira (1º) e segue até 30 de novembro. As vacinas já estão disponíveis no mercado. Nesta etapa, todo o rebanho paranaense deve ser vacinado, atingindo 9,3 milhões de cabeças, entre bovinos e búfalos. Os produtores também precisam comprovar a vacinação, presencialmente, nas unidades da Adapar (Agência de Defesa Agropecuária do Paraná), ou pela internet, no site www.adapar.pr.gov.br.
Ao comprar a vacina, os criadores obtêm a Nota Fiscal e o formulário para comprovar a vacinação. "Além disso, é fundamental que realizem a Atualização Cadastral no banco de dados da Adapar", diz o diretor-presidente da Adapar, Inácio Kroetz. Segundo ele, todo proprietário de bovinos e búfalos, e outros animais suscetíveis à febre aftosa, como suínos, ovinos e caprinos, é obrigado a informar a relação de animais existentes na propriedade.
O transporte de animais só é autorizado com a vacinação e cadastro atualizado, o que permite a emissão da GTA (Guia de Trânsito Animal). A dose da vacina é de 5 ml para todos os animais, independente do peso e tamanho, mas só bovinos e búfalos podem ser vacinados.
Os produtores que não cumprirem a obrigatoriedade serão autuados. A não vacinação ou não comprovação implica em multa, definida conforme a quantidade de animais. O valor base segue a Unidade Padrão Fiscal do Paraná, que em 2018 é de R$ 100,84. Além da multa, o descumprimento impede o transporte de animais para qualquer finalidade, até que a situação seja regularizada.
Para o trabalho de fiscalização, a Adapar conta com suas 135 unidades no Estado e com 240 escritórios municipais, com servidores que atuam em conjunto com os fiscais da Agência. Esse trabalho é feito de forma permanente no Paraná e intensificado nos períodos de campanha.
Na primeira fase da etapa de 2018, no mês de maio, quando a vacinação foi obrigatória apenas para animais até 24 meses de idade, foram imunizadas 4,2 milhões de cabeças, o que cumpriu com a expectativa da Adapar. A próxima etapa será em maio de 2019.
STATUS
Hoje, o Paraná é reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal como Área Livre de Febre Aftosa, com Vacinação. Mas o objetivo do poder público é obter o reconhecimento de Área Livre de Febre Aftosa sem Vacinação, com fiscalização permanente, na expectativa de atrair investimentos e abertura em mercados internacionais. Em agosto, o Governo do Estado oficializou o pedido ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que já avaliou positivamente. O último registro do vírus no Estado é de 2005, sanado em 2006.
No próximo dia 1º de novembro, a maior parte dos estados brasileiros vai iniciar a segunda etapa da campanha de vacinação contra a febre aftosa. Desta vez, serão imunizados os animais com até 24 meses. Apenas o Acre, Espírito Santo, Paraná e parte de Roraima (reservas indígenas Raposa Serra do Sol e São Marcos) vacinarão todo o rebanho (jovens e adultos).
RETIRADA GRADUAL
O diretor do Departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Guilherme Marques, diz que "até novembro de 2019, com a retirada gradual da vacinação, o ganho direto do criador poderá ser revertido na melhoria do rebanho e da propriedade, com investimentos em insumos e tecnologia que irão trazer maior produtividade". O Brasil é considerado livre da aftosa com vacinação pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). O estado de Santa Catarina, que não vacina o rebanho desde 2000, é reconhecido, desde 2007, como área livre da doença sem vacinação.
O Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa dividiu o país em cinco blocos de estados para a retirada completa da vacinação no país.
Pelo cronograma, a suspensão da vacina será feita da seguinte forma: 2019/2: Bloco I - região amazônica: Acre, Rondônia e Paraná; alguns municípios do Amazonas e do Mato Grosso; 2020/2: Bloco II - região amazônica: Amazonas, Amapá, Pará e Roraima; 2020/2: Bloco III - região Nordeste: Alagoas, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte; 2021/2: Bloco IV - região central: Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Sergipe e Tocantins; 2021/2: Bloco V - região Centro-Sul: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. (Foto: AENPR)