A cada 100 empresas, 70 não têm seguro para proteger o patrimônio
Diferente do que ocorre em países desenvolvidos, entre a maioria dos empresários brasileiros não há a cultura de proteger o patrimônio contra sinistros e eventualidades. Estudo apresentado na noite de ontem (30), durante o 1º Fórum de Seguros Acic, aponta que 70% das empresas de pequeno e médio portes não têm seguros e que 37% dos empreendedores jamais pensaram em contratar apólices. As informações foram apresentadas pelo corretor Wilhan Human, que falou sobre Seguro patrimonial, um dos três temas apresentados a empresários e a técnicos do segmento.
Embora os números mostrem que não há o hábito da contratação de seguros para a proteção de empresas, Wilhan entende que essa é uma grande oportunidade para o mercado segurador brasileiro. "Precisamos, com base nos argumentos e nos números, mostrar aos empreendedores a importância de contar com um seguro que, em muitas situações, pode até evitar a falência da empresa". As pequenas e médias representam 44% do mercado de seguros patrimoniais, com carteira de R$ 16 bilhões. Entretanto, conforme o corretor, esses números podem ser muito mais expressivos.
Os presentes foram informados sobre os 28 nichos de seguros para o ramo empresarial e dos descontos possíveis segundo o local onde elas estão instaladas e dos equipamentos de segurança disponíveis na empresa. Estar em um shopping center, por exemplo, reduz valores em até 30%. "Mas há inúmeras possibilidades de seguros que o empresário pode contratar. Basta, para isso, procurar o seu corretor e ter acesso a mais informações sobre esse mercado que, tenho certeza, vai crescer muito ao longo dos próximos anos", afirma Wilhan. Sem o devido planejamento, um sinistro pode abreviar a história de sucesso de qualquer empresa, alertou.
RESPONSABILIDADE CIVIL
Um dos temas em destaque no mundo dos seguros é a responsabilidade civil, assunto apresentado durante o Fórum por Richards Prado Januário. Para poder contextualizar, ele apresentou o conceito central de responsabilidade civil, que é a obrigação de reparar dano que uma pessoa causa à outra. O tema é amplo e complexo e os valores dos ressarcimentos dependerão de acordo entre as partes ou então será arbitrado pelo juiz. Richards apresentou vídeos com situações reais de acidentes que custaram caro. Um deles mostrou um homem em uma loja, olhando TVs. Do nada, ele se desequilibra e derruba ao menos cinco aparelhos novos no chão.
A boa notícia, de acordo com Richards, é que acidentes podem ser previstos e há seguros para cobri-los. As opções são diversas, inclusive para empresas e profissionais. "O seguro é um suporte que deve estar associado ao cotidiano de todos, indistintamente", ressaltou o corretor. Ele mostrou manchetes de jornais falando sobre acidentes provocados por quedas de lajes, de câmeras em estádios que despencaram sobre a planteia e de tombos nos mais variados ambientes. As modalidades de cobertura alcançam aspectos patrimoniais, ambientais, profissionais, de obras, produtos e eventos. "É importante estar segurado e dar continuidade aos seus negócios e ter tranquilidade de solvência e assistência aos sócios e colaboradores", enfatizou o coordenador do Núcleo de Corretores, Maycon Cordeiro.
SEGURO DE VIDA
Um dos seguros mais conhecidos e contratados no Brasil ainda é o de vida justamente pela preocupação dos mantenedores de procurar, caso faltem, deixar suas famílias amparadas. Quem falou sobre essa modalidade durante o 1º Fórum de Seguros Acic foi o corretor Fábio Stanski. Ele informou quanto aos benefícios que a apólice oferece: substituir a renda do provedor financeiro, manter a renda em vida, quitação de dívidas, custear tratamentos de saúde, após o evento, e apoio financeiro caso fique desempregado. "O seguro de vida não é apenas para quem fica", lembrou Fábio. Assim, ele permite proporcionar estabilidade financeira por determinado período após a cobertura do evento.
O corretor lembrou que seguro de vida não é herança deixada pelo titular à família, e sim um apoio financeiro para que ela atravesse com menos sofrimento por um momento de dificuldades. É preciso estar coberto durante toda a vida e, além de pessoas físicas, existem apólices para empresas, diretores, sócios e colaboradores. Fábio informou que o seguro evita imprevistos que podem comprometer seriamente as finanças da empresa. "É comum encontrar casos de muitas delas que fecharam porque não se prepararam para situações que, apesar de tudo, poderiam ser esperadas".
A apólice pode ser usada para cobrir despesas com rescisão de um funcionário que veio a óbito e para cobrir custas com providências imediatas. O seguro também é visto como um benefício a mais aos empregados, evitando assim a perda de talentos. Ele também cobre despesas com acidentes de trabalho. O 1º Fórum de Seguros Acic foi realizado pelo Nucleoseg em parceria com Sebrae e Programa Empreender, com apoio do Sincor-PR e Prefeitura de Cascavel. As empresas que integram o núcleo são: Alternativa Brasil, Arcadia, Arcosull, Comigo, Guero, Serveseg, Golddencor, Imperial Oeste, Jurandir Leite da Silva e Protecorr. (Foto: Assessoria Acic)