Apenas 24 horas depois de celebrar a vitória sobre Fernando Haddad tendo o combate à corrupção como uma de suas principais bandeiras, o presidente eleito Jair Bolsonaro já disse a que veio e anunciou, na noite desta segunda-feira (29), que irá convidar o juiz paranaense Sérgio Moro para integrar o seu governo como ministro da Justiça, ou então do STF (Supremo Tribunal Federal).

"Eu só posso falar isso agora porque as eleições acabaram. Se fosse antes das eleições, poderia soar como oportunismo da minha parte", disse Bolsonaro. "Ele é uma pessoa excepcional, tem um respaldo muito grande da população e tem conhecimento. Na área da Justiça, pode ser um grande parceiro no combate à corrupção", ressaltou.

Se for como ministro da Justiça, Moro terá que deixar o comando da operação Lava Jato num prazo de dois meses. Se for como ministro do STF, no entanto, terá um prazo maior, uma vez que os próximos a deixarem a Suprema Corte são os ministros Celso de Mello (2020) e Marco Aurélio Mello (2021).

PAÍS EM GUERRA

Ao falar sobre as medidas que tomará logo no início de seu governo, Bolsonaro disse que vai flexibilizar o Estatuto do Desarmamento. "A orientação nossa é que a efetiva necessidade é o próprio estado de violência do Brasil. Nós estamos em guerra. O que queremos mexer na lei é diminuir de 25 para 21 anos de idade e mais ainda dar o porte definitivo para o cidadão". Além disso, vai propor que quem matar ao reagir a um crime não seja punido. "Você casa isso com o excludente de ilicitude, o tiro em defesa da vida própria, e pode ter certeza que a bandidagem vai diminuir", declarou.

MINORIAS E MST

O presidente eleito também questionou os direitos das minorias e disse que, no que depender dele, todos serão tratados de forma igual. " Não podemos pegar certas minorias e achar que elas têm superpoderes e são diferentes das demais", justificou. "Temos que ter uma legislação bastante dura, qualquer invasão seja pelo MST ou MTST tem que ser tipificada por terrorismo. (?) Movimento social que invade e depreda não tem que se conversar com ele. Hoje em dia um fazendeiro vive aterrorizado. Por isso que eu quero armar o fazendeiro", afirmou.