O novo presidente
J. J. Duran
Aquele que for eleito pela vontade soberana do voto neste domingo vai receber a chefia do Estado e do governo da República como resultado de um singular mistério de liturgia cívica. Nele será investida a esperança de que conduza o País dentro da lei e da ordem.
Cada eleitor brasileiro vai transferir ao coração do escolhido, um homem como qualquer outro, o desejo de que tenha uma conduta iluminada pelos mais sagrados interesses da Nação e um mandato pautado na fraternidade e no reencontro com todos que com ele competiram durante a campanha eleitoral.
Que o novo presidente não esqueça que a grandeza da República deve ser medida pelo espírito de fraternidade que nela existe e não pelo fanatismo estéril de determinados grupos. Que compreenda que não deve celebrar só uma conquista política ou de júbilo pela vitória nas urnas.
O primeiro dia pós-eleição deve ser uma data para celebrar a conciliação entre todos os brasileiros, sem distinção partidária ou ideológica. Todos deverão ser convidados a participar do ressurgimento da democracia muitas vezes invocada e tantas vezes esquecida no recente e difícil período enfrentado pelo País. Haverá que se reconstruir as instituições e superar as graves dificuldades próprias do momento vivido.
Não se iludam aqueles que pensam que a eleição límpida e democrática de um homem é condição única para soerguer uma Nação há tanto tempo explorada e amesquinhada na sua dignidade. Existe um povo doente, marginalizado e triste, um povo que foi ludibriado na sua esperança por muitos eleitos que fizeram de seus mandatos um atestado para a prática da roubalheira e da impunidade.
Que o novo mandatário não confunda intenções declaratórias da campanha com a realidade vivida pela população. É tempo de reedificar a República para que suas instituições sirvam de ferramentas para recuperar preceitos morais pisoteados nos últimos tempos.
Ordem e justiça se fazem com estrito respeito às leis que regem a organização social pautada na liberdade, na moralidade e na fraternidade. Se quisermos todos, haveremos de fazer deste País uma grande Nação.
J. J. Duran é jornalista e membro da Academia Cascavelense de Letras