Mendes reafirma ter havido abuso de poder na prisão de Beto Richa
O ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), rejeitou o recurso do MP-PR (Ministério Público do Paraná), e disse não estar impedido de julgar o ex-governador do Paraná Beto Richa por causa de declarações dadas à imprensa. As informações são de Ederson Hising e José Vianna no G1 Paraná.
Mendes concedeu habeas corpus de ofício, em 14 de setembro, que tirou da prisão o político e outras 14 pessoas investigadas na Operação Rádio Patrulha, do MP-PR, que apura crimes em licitações para o reparo de estradas rurais do estado.
Segundo o MP-PR, Richa é suspeito de integrar esquema de propina, direcionamento de licitações de empresas, lavagem de dinheiro e obstrução de Justiça.
Dois dias antes da decisão, o ministro comentou a atuação de procuradores que levou Richa à prisão, à época candidato ao Senado, e ações apresentadas contra os presidenciáveis Fernando Haddad e Geraldo Alckmin.
Para Gilmar Mendes, houve "notório abuso de poder" porque ações como essas do Ministério Público em meio à eleição interferem no processo eleitoral e "isso não é bom para a democracia".
Na recusa ao recurso, o ministro afirmou que as críticas "foram dirigidas a um conjunto de investigações e decisões proferidas durante o pleito eleitoral, que atingiu diversos candidatos, e não apenas o investigado pelo Ministério Público do Paraná". (Foto: Assessoria STF)