Uso de fake news nas eleições do Brasil é sem precedentes, diz OEA
A ex-presidente da Costa Rica, Laura Chinchilla, chefe da missão de observação eleitoral da OEA (Organização dos Estados Americanos) no Brasil, disse que o uso do WhatsApp para disseminação de notícias falsas na eleição brasileira é um caso "sem precedentes".
"O fenômeno que temos visto no Brasil talvez não tenha precedentes fundamentalmente por uma razão. No caso do Brasil estão usando rede privada que é o WhatsApp. É uma rede que apresenta muitas complexidades para que as autoridades possam acessar e realizar investigações", disse Chincilla.
Segundo ela, ao contrário de outras eleições marcadas pelas chamadas fake news, no caso brasileiro a disseminação das mentiras migrou das redes públicas como Facebook para uma rede de uso privado, o WhatsApp, o que torna mais difícil a investigação.
Chinchilla disse a missão da OEA constatou que o fenômeno das fake news via WhatsApp já havia ocorrido de forma muito intensa no primeiro turno da eleição, mas cresceu ainda mais. Para ela, o discurso de ódio e violência foi a marca da primeira rodada eleitoral devido ao ambiente político.
"Este processo está sendo fortemente impactado por alguns fenômenos ligados ao clima político. Entre eles um discurso de incentivar a violência política. Por isso pedimos que seja enfatizada a utilização de um tom construtivo que venha a impedir manifestações de violência", disse ela.