O Conselho Nacional de Justiça e os tribunais de Contas da União e dos Estados criaram um comitê para fazer um pente-fino de todas as obras paralisadas do país, com o objetivo de tentar destravá-las.

Segundo o presidente do CNJ, ministro Dias Toffoli, o objetivo é ter um primeiro diagnóstico concluído em até 30 dias, "tendo como foco a infraestrutura, a saúde, a educação e a segurança pública".

O presidente do TCU, Raimundo Carreiro, apresentou hoje números preliminares do órgão, relativos a contratos na esfera federal. De acordo com ele, dos cerca de 40 mil contratos escrutinados até agora, 14.403 estão com obras paralisadas. Juntas, elas têm um orçamento de R$ 144 bilhões.

Das obras paradas, o TCU identificou 2.292 relativas ao PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), que concentram a maior parte desses recursos: R$ 127 bilhões.

Em sua maioria, as obras paradas são ligadas à infraestrutura, mas incluem creches, escolas, postos de saúde e outros tipos de construção. As razões para as paralisações vão desde abandono das empresas construtoras a questões ambientais, disputas jurídicas e falta de recursos, embora a maior parte diga respeito a projetos deficientes que necessitam de retificação.

O assunto foi debatido nesta quinta-feira (25) em uma reunião de cerca de 2 horas com presidentes de tribunais de contas de todo o país. Segundo o técnico do TCU Nicola Khoury, o número de obras paralisadas deve ser "bem maior". A ideia é que sejam cruzados sistemas ainda dos estados e dos municípios, o que deve inflar os dados.