Campanha de Haddad custa 25 vezes mais que a de Bolsonaro
Os candidatos que participaram da eleição do último domingo (7) arrecadaram R$ 2,82 bilhões, dos quais R$ 2,06 bilhões (73%) saíram dos cofres públicos por meio dos fundos eleitoral e partidário. Segundo levantamento divulgado pela Folha de S.Paulo, os recursos privados ficaram em R$ 764 milhões. Mas esses valores ainda vão subir bastante, pois há disputa em segundo turno pela Presidência da República e pelo governo de 13 estados e do Distrito Federal.
Há ainda cerca de R$ 1 bilhão que TVs e rádios deixarão de pagar de imposto pela veiculação da propaganda eleitoral dos candidatos. De acordo com a pesquisa, as doações de pessoas físicas somaram até o momento R$ 407 milhões. Os políticos gastaram R$ 357 milhões do próprio bolso, com autofinanciamento. Os fundos eleitoral e partidário reservam R$ 2,7 bilhões para os candidatos. Desse total, mais de R$ 600 milhões ainda poderão ser gastos neste segundo turno.
No entanto, o que mais chama atenção no levantamento feito junto ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) é a diferença dos montantes gastos pelos dois candidatos que disputam o segundo turno para a Presidência da República e, juntos, já receberam R$ 51,4 milhões. Desse total, R$ 49,5 milhões foram repassados à campanha de Fernando Haddad e só R$ 1,9 milhão à campanha de Jair Bolsonaro.
EMPRESÁRIOS
Conforme a Folha, em 2014 o gasto declarado das campanhas ficou em R$ 5 bilhões (R$ 6,4 bilhões em valores de hoje), sendo cerca de R$ 3 bilhões (R$ 3,8 bilhões hoje) saídos dos cofres das empresas, que estão proibidas desde 2015 de doar para candidatos. Mesmo assim, os empresários continuam podendo, como pessoa física, repassar dinheiro aos políticos.
O presidente do conselho de administração da Cosan, gigante do setor de energia e infraestrutura, Rubens Ometto Silveira Mello, foi o maior doador individual. Ele repassou cerca de R$ 7 milhões para diretórios nacionais e regionais do MDB, PSDB, PP, PTB e PSB, além de 53 candidatos de diversos partidos, da direta à esquerda.
Sétimo colocado na disputa presidencial, o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles (MDB) retirou R$ 54 milhões do próprio bolso e foi o campeão do autofinanciamento. Terceiro colocado no ranking das autodoações, com R$ 3,54 milhões investidos, o advogado Ibaneis Rocha (MDB) deixou de ser um desconhecido para liderar o primeiro turno na corrida ao governo do Distrito Federal e ir para o segundo turno contra Rodrigo Rollemberg (PSB), candidato à reeleição. (Foto: Congresso em Foco)