Detentor da maior sequência de mandatos entre todos os deputados paranaenses reeleitos no último domingo, Hermes Frangão Parcianello é um fenômeno eleitoral cujo entendimento não pode prescindir de um conhecimento ao menos razoável sobre seu trabalho em Brasília. Apesar de carismático como poucos, este cascavelense desperta um misto de amor e ódio em quase todas as rodas de conversa que têm a política como tema. Dez entre dez que o defendem reconhecem seu trabalho principalmente em defesa da Uopeccan, uma instituição modelo no atendimento aos portadores de câncer. Já dez entre dez que o atacam reclamam que ele raramente aparece, e alguns até ousam compará-lo a uma cabeça de bacalhau, pois jamais o viram a não ser por fotografia. No entanto, quem acompanha seu trabalho desde que virou deputado, há exatos 24 anos, sabe que ele é um dos mais atuantes no que se refere à conquista de recursos federais não só para Cascavel, mas para centenas de municípios paranaenses. Eis o segredo de sua longevidade na política.

Me engana...

Uma fatia enorme do eleitorado brasileiro passou a semana comemorando o fato de a Câmara Federal ter sido renovada pela metade na eleição do último domingo, o que não acontecia desde 1994. Pois essa legião vai ficar frustrada ao saber da verdade: que de cada dez eleitos pela primeira vez, apenas dois (20%) são, de fato, estreantes na política, o que significa que a renovação, na prática, é infinitamente menor que o imaginado.

...que eu gosto

Um levantamento do portal UOL revelou que apenas 102 dos 513 deputados federais eleitos há uma semana são, de fato, novatos na política. Outros 147 dos que conquistaram o primeiro mandato já ocuparam algum cargo público que não o de deputado federal, e parte deles é herdeira de famílias com larga atuação na vida pública.

Sem noção

Ao avaliar o que realmente pode ser chamado de renovação, Antônio Augusto de Queiroz, analista do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar), não fez rodeios. "Do ponto vista qualitativo, o resultado é muito ruim. Tem gente que não tem a menor noção do que são, o que fazem e como funcionam as instituições", afirmou.

Fora do ar I

O ministro Carlos Horbach, do TSE, determinou que o Facebook e o Twitter retirem do ar postagens feitas pelo vereador Carlos Bolsonaro (PSL), filho de Jair Bolsonaro, a respeito do adversário do pai na disputa presidencial, Fernando Haddad. Carlos e o diretório do PSL no Rio propagaram um vídeo de Haddad dizendo que subiria a rampa do Palácio do Planalto com Lula no dia 1º de janeiro como se fosse uma entrevista concedida na última segunda-feira, quando é de várias semanas atrás.

Fora do ar II

Outro vídeo retirado do ar, só que por determinação do próprio Bolsonaro, é o que toca a música "Meus pais", de Zezé di Camargo e Luciano, e mostra imagens dos ministros do STF Dias Toffoli, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Marco Aurélio Mello, Celso de Mello e Alexandre de Moraes. "Feito um mal que não tem cura, estão levando à loucura o Brasil que a gente ama", diz a canção.

* Pílulas

* A dois meses de formar sua primeira turma, o curso de Medicina da Universidade do Oeste em Francisco Beltrão está muito próximo do reconhecimento oficial. * Ele obteve nota 4,16 (o máximo é 5) da equipe técnica do Conselho Estadual de Educação encarregada do processo de avaliação, que segue critérios bem rigorosos. * A proposta de adoção das placas de identificação dos veículos brasileiros aos padrões do Mercosul já a partir de 1º de dezembro próximo foi para as cucuias. * A medida foi suspensa por liminar concedida pela desembargadora federal Daniele Maranhão da Costa a pedido da Associação das Empresas Fabricantes e Lacradoras de Placas Automotivas de Santa Catarina. * Neste momento em que a elevada carga tributária está em voga por conta da campanha eleitoral, vale a informação de que a Confederação Nacional do Turismo decidiu ingressar na Justiça para impedir mais um imposto. * A entidade quer derrubar a Resolução CGSN nº 140, que obriga bares, restaurantes e simulares a pagarem à Receita uma fatia da gorjeta, seja ela compulsória ou voluntária.