Jair Bolsonaro foi além do que indicavam as pesquisas de última hora, mas não o suficiente para vencer a disputa pela Presidência da República já no primeiro turno. Com 96,78% das urnas apuradas, ele somava 48.247.371 votos, o equivalente a 46,58%, contra 29.565.393 votos (28,94%) de Fernando Haddad.

E assim que a contagem do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) confirmou a necessidade de segundo turno, articuladores dos dois candidatos já começaram a manter os primeiros contatos com vistas à obtenção de apoios dos partidos aliados dos candidatos já fora da disputa. As conversações certamente vão se estender para bem além da meia-noite deste domingo e serão intensificadas assim que o dia amanhecer.

Bolsonaro, alijado de praticamente toda a campanha de primeiro turno por conta do atentado sofrido no interior de Minas Gerais, agora terá a oportunidade de participar de todos os debates. A polarização fará desses encontros bem mais decisivos para a conquista de votos do que o foram no primeiro turno.

Na noite deste domingo os dois candidatos já deram o tom do segundo turno. "Vamos unir o nosso povo. Unidos seremos, sim, uma grande nação", disse Bolsonaro em mensagem pelas redes sociais, advertindo que o Brasil "está à beira do caos" e caminha rapidamente para "se tornar uma nova Venezuela". "Vamos conquistar o eleitor com argumentos, não com armas", retrucou Haddad, que não esqueceu de fazer um agradecimento público ao ex-presidente Lula, a quem fará a 16ª visita na prisão nesta segunda.