Temas ligados à lei e à ordem fazem crescer as candidaturas de militares
Temas ligados à lei e à ordem, como segurança pública e combate à corrupção, fortalecem as candidaturas de militares ao longo das últimas eleições nos mais distintos cargos. Segundo levantamento da Agência Brasil junto ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), 961 candidatos militares disputam as eleições neste ano.
Na lista de concorrentes, estão o capitão da reserva do Exército Jair Bolsonaro (PSL) e o bombeiro Cabo Daciolo (Patriota), que postulam a Presidência da República. Do total, 575 são policiais militares, 202 são das Forças Armadas, 88 estão na reserva e 96 são do Corpo de Bombeiros.
Em 2014, 765 militares concorreram às eleições, um número 194 menor em comparação à disputa deste ano. Para o cientista político Lúcio Rennó, da Universidade de Brasília, apesar de não ter ocorrido um crescimento expressivo, há um desejo do eleitorado de resolver problemas do seu cotidiano e que, por vezes, estão entre as habilidades dos militares.
"Há uma sensação de medo no país todo. Até em locais onde a incidência oficial de crimes é relativamente baixa, o medo é alto, então esse tema favorece muito a uma retórica de combate ao crime e, nesse sentido, os militares em geral são favorecidos", avaliou Rennó.
O cientista político ressaltou que a presença de candidaturas de 178 policiais civis é associada aos mesmos anseios que ligam o eleitorado aos nomes de militares das Forças Armadas, Corpo de Bombeiros e Polícia Militar.