Bolsonaro acredita que só fraude poderá levá-lo a perder a eleição
Com a alta hospitalar adiada em razão de uma infecção leve que levou os médicos a mantê-lo internado pelo menos até amanhã, Jair Bolsonaro recebeu o jornalista José Luiz Datena nesta sexta-feira, no hospital Albert Einstein, para uma entrevista exclusiva ao programa Brasil Urgente, da Band, e voltou a questionar a lisura do processo de votação com urnas eletrônicas.
"Não posso falar pelos comandantes (militares). Pelo que vejo nas ruas, eu não aceito resultado diferente da minha eleição", disse Bolsonaro, negando que sua postura seja antidemocrática. "Não é (antidemocrático). É um sistema eleitoral que não existe em lugar nenhum do mundo".
O presidenciável negou que tenha uma postura antidemocrática e voltou a relacionar o PT ao governo da Venezuela. "Não é o caminho da polarização do Jair Bolsonaro e PT. É Jair Bolsonaro democrata, e o PT que é o caminho da venezuelização", alfinetou.
Questionado sobre a reportagem da revista Veja revelando que foi acusado em processo de separação pela sua ex-mulher Ana Cristina Valle de ter escondido patrimônio, ter acumulado bens além de seus proventos, e de ser agressivo, disse que a própria ex-mulher "desmente muita coisa" na própria reportagem.
"Em uma separação é comum, não todas, mas nas litigiosas, as cotoveladas acontecem de ambas as partes. Tem a partilha de bens, tem guarda do filho. E a própria ex-mulher minha, ela diz claramente que, com sangue quente, fala coisas que não existem. Ela mesma disso aí. É a acusação de uma pessoa que ela mesmo disse que não aconteceu", argumentou.
MOURÃO
Na entrevista, Bolsonaro também confirmou ter determinado a seu vice, o general Hamilton Mourão, e ao seu consultor para a área econômica, Paulo Guedes que não se manifestassem mais para evitar controvérsias na campanha.
Nas últimas semanas, declarações dos dois geraram polêmica. Mourão chamou a existência do 13º salário de jaboticaba brasileira, e Guedes sinalizou com a volta de um imposto nos moldes da antiga CPMF, entre outros pontos.
Segundo Bolsonaro, as frases de seus aliados têm sido tiradas de contexto.
"Eu falei sim para ele (Mourão) ficar quieto porque está atrapalhando realmente. O vice geralmente não apita nada, mas atrapalha muito", declarou.