Um cálculo simples de tudo mostra que, caso não se reeleja, o deputado cascavelense Alfredo Kaefer, um dos mentores do polêmico Refis, não terá lá do que reclamar do ponto de vista financeiro, ao menos no tocante ao que aufere em proventos pagos pela Câmara. Segundo os jornais Estadão e Valor Econômico, ele se beneficiou diretamente desse programa parcelando cinco dívidas que somavam R$ 2,4 milhões com generosos 71% de desconto, o que reduziu o montante para R$ 701 mil. Ao exercer seu direito dentro desse programa gestado no Congresso Nacional a contragosto do Palácio do Planalto, Kaefer conseguiu abater R$ 1,7 milhão do montante que deveria recolher aos cofres públicos federais. Por coincidência, é justamente esse o montante bruto que deixará de embolsar em salários (R$ 33,7 mil mensais) nos próximos quatro anos caso as urnas não lhe sejam suficientemente pródigas para que conquiste mais um mandato, o quarto consecutivo.

Mais um

Além de Kaefer, só Ricardo Barros se beneficiou do Refis dentre os 30 atuais deputados federais paranaenses, mas em valores mais modestos. O marido da governadora Cida Borghetti reduziu dívidas de quase R$ 1,2 milhão para R$ 390 mil (67% de desconto), deixando de pagar à União um total de R$ 788 mil, o equivalente à soma dos salários de dois anos de mandato.

O prejuízo

Segundo o Estadão, só de juros e multas não cobrados de contribuintes em atraso beneficiados com os seguidos programas de parcelamento de débitos tributários, a União deixou de arrecadar R$ 176 bilhões nos últimos dez anos. Esse valor supera o déficit acumulado de janeiro a novembro do ano passado pelo Regime Geral de Previdência Social, de R$ 172,7 bilhões.

Fora do páreo

Dos 158 candidatos já "rifados" pelo TSE por estarem enquadrados na Lei da Ficha Limpa, oito são do Paraná: Adriano Azevedo (PSol), Custódio da Silva (PMN), Ednel da Higienópolis (PSD), Tarcisio Mossato Pinto (PSDB), Nelton Tureck (PODE), Paulo Colnaghi (PV) e Ricardo Antunes Lara (PCO), todos postulantes à Assembleia Legislativa, além de Samuel Gomes (PDT), que tentaria uma cadeira na Câmara dos Deputados.

O crime...

Segundo o jornal Folha de S. Paulo, as autoridades estaduais e federais brasileiras têm indícios de que as facções criminosas que atuam no Brasil já agem para tentar influenciar o processo eleitoral em pelo menos nove estados das cinco regiões do País. Mas admitem que essa relação pode ser ainda maior porque, na grande maioria dos casos, as investigações estão sendo conduzidas sob sigilo.

...e as urnas

De acordo com o coordenador-geral de Defesa Institucional da Polícia Federal, Thiago Borelli, o temor de que as facções influenciem as eleições nunca foi tão grande, até pelas ameaças a juízes eleitorais já registradas de Norte a Sul do País. Essa tentativa, ainda segundo o delegado, se dá pelo financiamento ilegal de candidatos ou partidos, candidaturas de integrantes das próprias facções ou de pessoas ligadas a elas, e ainda a coação de eleitores para que votem em candidatos apoiados por essas organizações.

Interinidade

Doze dias depois de assumir o comando do STF (Supremo Tribunal Federal), o ministro Dias Toffoli assumirá pela primeira vez a Presidência da República de forma interina neste domingo, quando Michel Temer irá a Nova York para participar da 73ª Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas). Detalhe: Toffoli foi reprovado nos dois concursos prestados para juiz e virou a autoridade máxima do Judiciário brasileiro depois de ser nomeado para o Supremo pelo ex-presidente Lula.

* Pílulas

* Ratinho Junior tinha agenda prevista para este sábado em Cascavel, mas suspendeu a vinda para concentrar a campanha em Curitiba e região Metropolitana. * Quem vem a Cascavel, mas na segunda-feira, é João Arruda. Dentre outras coisas, ele participa de um bate-papo com empresários na Acic, às 9 horas, acompanhado de Roberto Requião e Kátia Abreu. * Apesar dos números desfavoráveis nas pesquisas, Cida Borghetti segue confiante. "Não há eleição ganha. Vamos para o segundo turno", disse ela em um esforço para motivar seus correligionários. * O vereador Policial Madril segue a campanha normalmente e aparece bem cotado nas pesquisas, mas ainda precisa resolver o problema do indeferimento de sua candidatura a deputado estadual pelo TRE. * A presença do empresário Vilson Basso como primeiro suplente está contribuindo sobremaneira para alavancar a campanha ao Senado de Flávio Arns em Cascavel. * Emenda para sanar uma falha na Lei Orgânica de Cascavel será votada na sessão de segunda-feira da Câmara Municipal. * A proposta é de autoria dos vereadores Gugu Bueno, Olavo Santos, Celso Dal Molin, Pedro Sampaio, Policial Madril, Alécio Espínola, Fernando Hallberg e Jéferson Cordeiro.