Barril de pólvora: metade do País pede forças federais para a eleição
O atentado contra a vida de Jair Bolsonaro é o mais conhecido, mas não o único episódio a prenunciar dias complicados para o Brasil nesta véspera de mais uma festa da democracia, que pode estar correndo o risco de ser transformada em um momento para ser registrado nas páginas negras da História.
Este, ao menos, parece ser o entendimento dos governos de pelo menos metade das unidades da Federação, que estão preocupados com os embates entre candidatos e cabos eleitorais mais radicais.
Ao participar da 15ª Conferência Internacional de Segurança do Forte de Copacabana, no Rio de Janeiro, o ministro da Defesa, general Joaquim Silva e Luna, revelou nesta sexta-feira (21) que nove estados já solicitaram formalmente o apoio das forças nacionais de segurança para o pleito, mas que o número de pedidos vai chegar a 13 ou 14.
Garantindo que todas as solicitações serão atendidas, Luna declarou que um contingente de até 30 mil militares pode ser empregado para garantir a segurança desde o início do trabalho de transporte das urnas aos locais de votação até o fim da eleição.
"Estamos trabalhando para que a eleição transcorra em clima de normalidade e para que as pessoas possam se deslocar para o local de votação", afirmou, acrescentando que "a Bíblia das Forças Armadas é a Constituição Federal".
"Não há risco nenhum de as Forças Armadas quererem aceitar ou deixar de aceitar aquilo que é legal ou institucional", tranquilizou ele, minimizando declaração dada pelo comandante do Exército, general Eduardo Villas Boas, de que o atentado a Bolsonaro contribui para criar dificuldades para que o novo governo tenha estabilidade e pode gerar até questionamentos à legitimidade da eleição após a divulgação do resultado.
Para Luna, a fala de Villas Boas foi conciliatória e expressa a preocupação da maioria dos brasileiros de que a eleição deve transcorrer em clima de normalidade. (Arquivo)