The Economist vê Bolsonaro como ameaça, mas nada diz sobre Haddad
Como acontece habitualmente, a imprensa internacional uma vez mais busca interferir na eleição brasileira. A edição desta semana da britânica The Economist, uma das revistas mais influentes do mundo, traz com destaque de capa matéria em que coloca o presidenciável Jair Bolsonaro como uma "ameaça" para o Brasil e ressalta que ele será, se eleito, um "presidente desastroso".
Não há, no entanto, nenhuma referência a Fernando Haddad, que cresceu meteoricamente nas pesquisas após ser confirmado como substituto de Luiz Inácio Lula da Silva na chapa e que, por isso, desponta como provável adversário de Bolsonaro em um eventual segundo turno. Tampouco sobre a condução desastrosa do governo no período em que o PT comandou o País.
De tradição liberal, a revista diz que o Brasil passa por um momento difícil na economia e na política, em que "muitas reformas são necessárias", mas que Bolsonaro "não é o homem que irá promovê-las". O crescimento do ex-capitão, ressalta a publicação, se deve à descrença dos brasileiros após uma série de escândalos de corrupção envolvendo políticos.
No texto, Bolsonaro é comparado com outros líderes populistas do mundo que chegaram ao poder recentemente, como Donald Trump (Estados Unidos), Rodrigo Duterte (Filipinas), Matteo Salvini (Itália) e Manuel López Obrador (recém-eleito no México).
A The Economist diz ainda que Bolsonaro tem uma "preocupante admiração" pela ditadura e o compara ao ditador chileno Augusto Pinochet.
"Em vez de cair por promessas vagas de um político perigoso na esperança que ele possa resolver todos seus problemas, os brasileiros deveriam perceber que a tarefa de consertar a democracia e reformar a economia fácil ou rápida", sugere. (Foto: Congresso em Foco)