O plantio de soja da safra 2018/2019 do Paraná, segundo produtor da oleaginosa no Brasil, está entrando na terceira semana. Segundo o Deral (Departamento de Economia Rural), esse é o início mais precoce dos últimos cinco anos.

O ritmo do plantio, no entanto, está sendo prejudicado pelas chuvas. Se de um lado o clima está favorável à germinação do grão, de outro, muitos produtores tiveram de adiar a semeadura por conta da umidade excessiva do solo.

"Como está chovendo em algumas regiões, é capaz de não ter evoluído muito o plantio, mas a perspectiva é melhor do que na safra passada, quando tivemos um setembro seco", informou o economista Marcelo Garrido à agência Reuters, ressaltando que no início da semana passada o Deral já contabilizava 1% da área plantada no Estado, ante zero do mesmo período de 2017.

Esse início precoce do plantio da soja é importante para o Paraná, que tem semeado cada vez mais milho na segunda safra. "Ano passado ficamos até 28 de setembro sem chuva, isso atrasou o plantio e a colheita, bem como o plantio da safrinha de milho depois", ressaltou Garrido.

Quanto mais cedo o plantio da safrinha, melhor a janela para o desenvolvimento da safra. Se o cereal é plantado mais tarde, fica mais sujeito à falta de chuva - este ano, o Estado perdeu bons volumes pela seca.

SAFRA MAIOR

Em 2018/2019 a safra de soja do Paraná está estimada pelo Deral em 19,6 milhões de toneladas, com crescimento de 35 ante a safra 2017/2018, mas ainda atrás do recorde registrado em 2016/20717 (19,9 milhões de toneladas). O Deral projeta o plantio em 5,45 milhões de hectares, área igual.

Além de ser favorecido pelo clima, o plantio de soja mais precoce, na comparação com anos anteriores, ocorre após uma determinação fitossanitária no ano passado que autorizou a antecipação dos trabalhos em alguns dias.

"Diante das recentes precipitações, produtores paranaenses, especialmente da região oeste do Estado, estão semeando a oleaginosa ?a todo vapor?. Isso porque as previsões indicam chuvas também para os próximos dias...", informou o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), em análise feita na sexta-feira (14). O lado ruim é que o recebimento de sementes está atrasado, devido às complicações logísticas no Brasil.

No Oeste, segundo o Deral, o plantio já foi iniciado principalmente nos municípios de Cascavel e Toledo.

No Mato Grosso, o vazio sanitário - período usado para evitar uma disseminação maior do fungo da ferrugem asiática - terminou no sábado, e o plantio já está sendo iniciado. Vale lembrar que Paraná e Mato Grosso respondem por mais de 40% da safra de soja do Brasil, o maior exportador global da oleaginosa. (Foto: Faep)